Túlio ganha busto e vai ao Rio para ajudar Botafogo

Há nove anos, Túlio não coloca os pés em General Severiano. De Brasília, onde defende o Botafogo local, o maior ídolo alvinegro dos últimos 20 anos acompanha a luta contra o rebaixamento. Em uma conversa com o presidente Maurício Assumpção ficou marcada uma visita ao clube. Entre "dar apoio e passar energia positiva", como ele mesmo explicou, o atacante soube que será homenageado com um busto no Engenhão.

Túlio, que conquistou o título mais importante da história alvinegra, o Brasileiro de 1995, só espera o time voltar do Equador, onde encara o Emeleq pela Copa Sul-Americana, para acertar a data do encontro: "Nunca fiz isso depois que saí pela última vez. Mas conversei com o presidente e ele acha que seria importante passar o meu astral para o grupo".

Com mais de 150 gols pelo clube, ele será homenageado da mesma forma que Garrincha e Nilton Santos já foram. "O presidente me falou que vai ser uma coisa parecida com a que fizeram com o Nilton", disse, já querendo mais: "Como um atacante que tem quase 900 gols não tem os pés na calçada do Maracanã?".

Quando Botafogo e Grêmio se enfrentaram, Maurício Assumpção conversou com Paulo Autuori, técnico da conquista, que afirmou: o título de 95 foi uma das maiores alegrias que teve.

Mas, da mesma maneira que imortaliza os ídolos, o Botafogo não quer ser rebaixado pela segunda vez na história. Para Túlio, é preciso se inspirar na Seleção Brasileira. "Os jogadores deveriam disputar cada jogo como se fosse uma final de Copa, ter amor à camisa, mais atitude", disse ele, ainda otimista na volta por cima: "Ver cair seria muita tristeza".

Ele acha que o momento ruim se deve ao fator psicológico: "Não estou lá dentro, mas acho que existe uma instabilidade emocional. Os salários estão em dia, o presidente deu todas as condições de trabalho".

Enquanto o jogo contra o Goiás não chega, o atacante lembra que foi contra o adversário do próximo domingo que o Botafogo iniciou a arrancada para o título de 1995: "Vencemos por 1 a 0 com um gol meu. Disputamos outras oito partidas e só perdemos mais uma". Em 18º, com apenas 25 pontos, o Botafogo tem mais 12 partidas pela frente.

Em 21 anos de carreira, Túlio já trabalhou com muitos técnicos. E defende um tratamento de choque se as coisas não melhorarem em duas rodadas. "Nunca fui treinado pelo Estevam, mas é cedo para trocar. Quando faltarem dez jogos, se nada mudar, aí, sim, será preciso dar uma chacoalhada", disse.

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