Especial - Ginástica Rítmica

A Ginástica Rítmica também conhecida como GRD - Ginástica Rítmica Desportiva, é uma atividade desportiva de infinitas possibilidades de movimentos corporais, que combina elementos de ballet, ginástica e dança teatral, realizados fluentemente em harmonia com a música e coordenados com o manejo dos aparelhos próprios desta modalidade olímpica, que são a corda, o arco, a bola, as maças e a fita. Praticada apenas por mulheres em nível de competição, pode ser iniciada em média aos seis anos e não há idade limite para finalizar a prática deste desporto, onde encontramos competições individuais ou em conjunto (cinco ginastas ao mesmo tempo).

A Ginástica Rítmica desenvolve graça e beleza em movimentos criativos que são traduzidos através de expressões pessoais e possui uma forma artística que proporciona prazer e satisfação estética aos que a assistem. As exigências de rendimento são altas desde as categorias menores e há um elevado grau de exatidão na realização de elementos complexos, o que obriga a ginasta a treinamentos intensos e diários.

As competições internacionais são divididas entre júnior (meninas até 15) e sênior (meninas de 16 ou mais). As ginastas geralmente começam a treinar muito jovens e têm seu auge no fim da adolescência e início dos vinte anos. Os maiores eventos da GRD são os Jogos Olímpicos, o Campeonato Mundial, o Campeonato Europeu e o Torneio Internacional de Corbeil-Essonnes.

A Ginástica Rítmica começou como variação da Ginástica Artística. Durante a II Guerra Mundial, houve um período conhecido como Bloqueio Ginástico, devido à proibição alemã da prática do esporte. Justamente após este período, começaram a surgir na Europa os primeiros esboços da Ginástica Rítmica em si, como um modo de aliar ritmo e expressividade aos movimentos da Ginástica tradicional. Na década de 1930, o músico e professor de Educação Física Heinrich Medau introduziu a bola, o arco e as maças no esporte enfatizando seu uso e a interação dos aparelhos com o corpo. Na tentativa de suavizar os movimentos bruscos e suntuosos praticados pelos homens na Ginástica Artística, aos poucos foi-se introduzindo música e novos aparelhos para exaltar a feminilidade das ginastas. Nesta época, vários países inovavam os exercícios tradicionais da Ginástica Artística de acordo com seus costumes e folclore.

Em 1946 surgiu na antiga União Soviética o termo “rítmica” e é realizado no país uma competição. No mesmo ano, o esporte atrela-se a Ginástica Artística durante as Olimpíadas de Londres onde cada país que tivesse uma equipe artística teria que a participar de duas provas rítmicas de conjunto. Nos Jogos Olímpicos seguintes, em Helsinque, em 1950, trocou-se o conjunto por provas com arco. Nesse mesmo ano foi fundada, em Frankfurt, a Liga Internacional de Ginástica Moderna (LIGIM) para divulgar o esporte. Em 1961, vários países do Leste Europeu organizaram o primeiro campeonato internacional da modalidade, mas somente a partir de 1963 os campeonatos internacionais começaram a ser promovidos sob a jurisdição da FIG.

A partir de 1975, através de decisão tomada em Assembléia Técnica do 53º Congresso da FIG, passou a ser chamada oficialmente de Ginástica Rítmica Desportiva. Em 1980, o esporte foi reconhecido pelo Comitê Olímpico Internacional integrando os Jogos de Moscou daquele ano como esporte de apresentação e deixando de ser um desporto, então mudou-se o nome para Ginástica Rítmica apenas.

Na Olimpíada seguinte, em 1984, em Los Angeles, o esporte passou a valer medalhas com competições individuais. A partir dos Jogos de Atlanta, em 1996, a GR passou a ser disputada em provas de conjunto.


No Brasil


No Brasil, a atual Ginástica Rítmica, teve várias denominações diferentes, primeiramente denominada de Ginástica Moderna, Ginástica Rítmica Moderna, e sendo praticada essencialmente por mulheres, passou a ser chamada de Ginástica Feminina Moderna. E a seguir, por decisão da Federação Internacional de Ginástica, passou a denominação de Ginástica Rítmica Desportiva, e hoje, finalmente Ginástica Rítmica.


Modalidade masculina I 


Prioritariamente um esporte feminino, a ginástica rítmica ganhou uma versão masculina desenvolvida no Japão. Enquanto a versão feminina prima pela beleza da graciosidade e sutileza dos movimentos, a modalidade masculina exalta força e resistência combinando a ginástica tradicional feminina com a arte marcial wushu. Os homens podem competir em grupos de 6 atletas sem aparelhos e apresentação se assemelha ao aparelho solo da Ginástica Artística masculina. Entre os elementos estão equilíbrio, saltos verticais e formação de correntes. Individualmente o ginasta manuseia quatro aparelhos: dois arcos menores (no lugar de um grande para o feminino), dois bastões longos, duas maças e a corda. O uniforme é geralmente composto de camiseta colant com calças ou short.

Nos últimos vinte anos as competições se espalharam por alguns outros países além do criador Japão, e hoje o esporte é praticado também na Austrália, no Canadá, na Coréia do Sul, nos Estados Unidos, na Malásia, no México e na Rússia.

Em 2003 aconteceu o primeiro campeonato internacional com cinco países participantes. Em 2005, o número aumentou para sete.
Por ser um esporte ainda novo, as competições são realizadas sob a autoridade da FIG, mas ainda sem o aval da mesma. O Japão pleiteia ante à entidade pelo reconhecimento do esporte.



A Competição


Formato
O programa das ginastas individuais normalmente é composto por 4 exercícios, usando 4 dos 5 aparelhos. A ciclo olímpico, um aparelho fica de fora. 

A duração de cada exercício individual pode variar entre 1’15” e 1’30”. Para o conjunto, a composição é de dois exercícios. A duração é de no mínimo 2’15” e de no máximo 2’30”. As músicas executadas são de livre escolha dos técnicos de acordo com a rotina que desejam executar, mas há a ressalva de que não pode haver voz humana cantada em forma de palavras.O cronômetro é acionado no momento em que a ginasta (ou a primeira ginasta do conjunto) começa seu movimento e é parado no momento em que a ginasta (ou a última ginasta do conjunto) estiver completamente imóvel sobre o chão.

Um comitê técnico dentro da Federação composto pelas chamadas “Madames” detecta erros e potenciais a serem desenvolvidos dentro da Ginástica Rítmica. Nesse sentido, até 1984, a ênfase dos movimentos era dada aos aparelhos. Após as Olimpíadas de Barcelona, em 1992, a ênfase passou a ser a flexibilidade do corpo das ginastas.

O júri é composto por 4 árbitros, que analisam o Valor da Dificuldade Corporal (D1), Valor da Dificuldade do Aparelho (D2), Valor Artístico das séries; e Júri de Execução, que analisa as faltas técnicas.

O uniforme feminino é composto por maiô sem mangas ou de mangas longas, podendo ou não ser usado um pequeno saiote por cima.



Aparatos

• Tablado - É a área de competição que deve ter as dimensões de 13x13m, onde as ginastas devem realizar suas séries. A penalidade para a ginasta que termina sua apresentação fora do tablado ou sair dele durante a série é de 0,50 ponto. A mesma penalidade vale para a ginasta que praticar aquecimento dentro da área de competição.

• Corda - Pode ser feita de cânhamo ou qualquer material sintético, desde que seja leve e flexível. Seu tamanho é proporcional à altura da ginasta. Esse aparelho possui também nós nas extremidades, não podendo apresentar empunhaduras de madeira. As extremidades da corda podem ser recobertas com material anti-derrapante de cor neutra. Ela pode ser uniforme ou ser gradualmente mais espessa na parte central. Os elementos podem ser realizados com a corda aberta ou dobrada, presa em uma ou nas duas mãos, em direções diferentes, sobre diferentes planos, com ou sem deslocamento, com apoio sobre um ou os dois pés ou sobre uma outra parte do corpo. As ginastas lançam e recuperam a corda executando saltos, giros, ondulações e equilíbrio. Os principais elementos corporais da corda são os saltos.

• Arco - O arco é feito de madeira ou plástico, desde que não deforme durante o movimento. Possui entre 80 e 90 cm de diâmetro interno e pesa pelo menos 300mg. Deve ser rígido, sem se dobrar. O arco define um espaço. Esse espaço é usado plenamente pela ginasta, que deve mover-se de acordo com o círculo formado. São requeridas nesse aparelho freqüentes trocas de mãos, e a principal exigência é a boa coordenação de movimentos. O formato do arco favorece rolamentos, passagens, rotações, saltos e pontes. Os elementos corporais principais do arco são os saltos, flex, pivotes e equilíbrios .

• Bola - Feita de plástico ou de borracha, deve ter um diâmetro entre 18 e 20 cm e pesar pelo menos 400mg. Único aparelho que não é permitido segurar, a bola deve estar em permanente movimento pelo corpo ou em equilíbrio. Jogadas com controle e recuperações com precisão são elementos dinâmicos que valorizam a série da ginasta. Os elementos corporais devem ser executados sobre o apoio de um ou dois pés ou qualquer outra parte do corpo e devem ter forma fixa, ampla e bem definida. Flexibilidade e ondas são os elementos corporais principais deste aparelho.

• Maças - Semelhante a balizas, as maças são feitas de madeira ou plástico e devem ter entre 40 e 50 cm de comprimento e pesam pelo menos 150mg cada. A parte mais grossa é chamada de corpo, a parte mais afilada, de pescoço e a parte formada por uma esfera de 3 cm de diâmetro é denominada cabeça. Delicadeza das mãos é fundamental para se trabalhar bem com esse aparelho. A ginasta usa as maças para executar rolamentos, círculos, curvas e formar o número máximo possível de figuras assimétricas, combinando-as com várias figuras formadas apenas pelo corpo. Exercícios com as maças requerem alto grau de ritmo, coordenação e precisão para boas recuperações. É um aparelho que exige o bom uso de ambos os lados do corpo. O elemento corporal Equilíbrio deve ser executado sobre a meia-ponta ou sobre um joelho, ser visivelmente mantido, ter forma ampla, fixa e bem definida e ser coordenado com um ou os dois aparelhos em movimento sendo os equilíbrios os principais elementos de dificuldade corporal nesse aparelho.

• Fita - O aparelho mais plástico e característico da ginástica rítmica é composto por duas partes. O estilete, uma vareta que segura a fita e que pode ser feito de madeira, bambu, plástico ou fibra de vidro e deve medir 0.5cm de diâmetro e entre 50 e 60 cm de comprimento. Sua forma pode ser cilíndrica, cônica ou uma combinação das duas formas. A fita é de cetim ou outro material semelhante, desde que não engomado. Seu peso não deve ultrapassar 35mg e deve ter no máximo 4 e 6 cm de largura e 6 metros de comprimento para ginastas de nível adulto. Longa, pode ser lançada em qualquer direção para criar desenhos no espaço, formando imagens e formatos de todo o tipo. Serpentinas, espirais e arremessos exigem da ginasta coordenação, leveza, agilidade e plasticidade. O elemento corporal da fita são os pivotes.

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