Em jogo ruim, Paraguai vence Japão nos pênaltis e faz história

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Cardozo faz gol decisivo: Paraguai passa e América do Sul tem quatro entre os oito

Depois de um jogo de poucas emoções e muita luta, o Paraguai venceu o Japão nos pênaltis, por 5 a 3, após empate sem gols no tempo normal e na prorrogação, e fez história. É a primeira vez que o país sul-americano jogará a fase de quartas de final de uma Copa do Mundo, aguardando agora o vencedor do confronto entre Espanha e Portugal. O duelo desta terça-feira foi disputado no Loftus Versfeld, em Pretória.

Com a vitória nos pênaltis, Paraguai dá sequência à grande participação dos países sul-americanos na Copa do Mundo. Pela primeira vez na história, serão quatro países do continente entre os oito melhores. Apenas o Chile deu adeus, mas em um confronto caseiro contra o Brasil.

Três europeus e um africano completarão a fase de quartas de finais. Em duelos contra países de outros continentes, os países sul-americanos só perderam uma vez, no confronto entre Espanha e Chile.

Na primeira disputa por pênaltis da Copa, o Paraguai teve 100% de aproveitamento e converteu as cinco cobranças. O Japão cobrou quatro vezes, mas o lateral direito Komano acertou a trave.

Próxima fase

Com a vitória, o Paraguai avança pela primeira em sua história para a fase de quartas de final de uma Copa. No entanto, ainda aguardará o confronto entre Espanha e Portugal, às 15h30 (de Brasília) na Cidade do Cabo, para conhecer seu adversário.

O duelo de quartas de final será realizado em Johannesburgo, no próximo sábado, às 15h30 (de Brasília). A seleção vencedora irá enfrentar Argentina ou Alemanha por um lugar na decisão.

O jogo

O Paraguai teve duas novidades para enfrentar o Japão: Ortigoza substituiu o suspenso Victor Cáceres, enquanto Benítez, por opção técnica, entrou no lugar de Valdez. O Japão manteve os mesmos jogadores que fizeram grande jogo contra a Dinamarca no encerramento da primeira fase.

O primeiro tempo entre as duas seleções foi marcado por muito equilíbrio em Pretória. O Paraguai teve alto índice de posse de bola, um total de 63%. Mas quem ameaçou mais foi o Japão, com cinco finalizações contra três dos paraguaios, que cozinharam muito a partida e ameaçaram muito pouco.

A primeira grande chance do jogo surgiu em jogada pessoal de Lucas Barrios, que recebeu passe na entrada da área, levou um japonês com um drible magistral e exigiu defesa de Kawashima. A resposta japonesa foi praticamente imediata. Matsui recolheu bola solta no meio-campo e, de fora da área, acertou o travessão de Villar com um chute técnico e potente.

O Paraguai só ameaçaria novamente em um escanteio. Roque Santa Cruz aproveitou vacilo e chutou com perigo, próximo da meta japonesa. Com a bola no pé dos paraguaios, o Japão apostou no contra-ataque. Matsui, o melhor dos asiáticos no jogo, conduziu até o ataque e rolou para Honda, que bateu firme da entrada área. A bola, novamente, foi para fora.

Para a segunda etapa, as duas seleções reforçaram ainda mais a preocupação com o sistema defensivo, o que fez do jogo o mais truncado e sem alternativas na fase de mata-mata da Copa. O primeiro e único lance mais agudo aconteceu aos 15min, quando Riveros cabeceou, forte, livre, para a defesa de Kawashima.

Os paraguaios, que utilizaram Valdez na segunda etapa, insistiram demasiadamente nas bolas aéreas, bem controladas pela firme dupla de zaga do Japão. Até mesmo faltas da intermediária se transformaram em balões atrás dos atacantes sul-americanos.

O Japão também buscou algum tipo de transformação no ataque, acionando o bom atacante Okazaki. Mesmo assim, a equipe asiática dispensou a posse de bola e ficou atrás aguardando alguma chance em contra-ataques, um cenário que se manteve até o fim da segunda etapa.

A segunda prorrogação da Copa, depois de Estados Unidos e Gana, apresentou um cenário muito mais aberto no início. As duas equipes procuraram o gol, o que abriu mais espaços. Os paraguaios ameaçaram mais: primeiro em cabeçada de Lucas Barrios, que Kawashima agarrou bem.

Depois, em jogada de Valdez, que levou a marcação no centro da área e finalizou, mas foi novamente freado pelo goleiro japonês. Assustado, o Japão devolveu em cobrança de falta do atacante Honda. Seguro, Villar espalmou a bola para a lateral do campo.

O jogo ofensivo durou pouco tempo e, na segunda parte da prorrogação, os dois times se concentraram em alçar bolas na área. O Paraguai finalizou com Barrios e Paulo da Silva, enquanto o Japão chegou em cabeçada de Tanaka.

A melhor chance pintou já aos 10min, em boa jogada de Endo pela esquerda. O cruzamento, entretanto, não encontrou nenhum japonês com chances de finalização. Com isso, as duas seleções partiram para a primeira decisão por pênaltis na Copa do Mundo.

Disputa por pênaltis

Primeiro a cobrar, o Paraguai se manteve sempre na frente ou empatado, pois jamais errou na disputa. Barreto, Barrios e Riveros já haviam convertido e os japoneses também tinham marcado com Endo e Hasebe. Terceiro a cobrar para os asiáticos, Komano acertou o travessão e deu vantagem aos paraguaios.

A situação então ficou cômoda a favor do Paraguai e Valdez marcou. Honda não podia errar para os japoneses e manteve vivas as esperanças, convertendo com muita técnica e tranquilidade. Cardozo, cobrador oficial de pênaltis do Benfica, justificou a confiança: fez o gol com segurança e levou a seleção paraguaia, pela primeira vez, às quartas de final de uma Copa.

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