"Azarão", medalhista de ouro não pensava no Pan: "ia sair de férias"

Rosângela Santos quase não participou do Pan de Guadalajara. Foto: Reinaldo Marques/Terra

Rosângela Santos quase não participou do Pan de Guadalajara

Grande surpresa do dia para o Brasil nos Jogos Pan-Americanos, a velocista Rosângela Santos afirmou que pensou em largar a carreira um ano após os Jogos Olímpicos de Pequim por conta das diversas lesões que teve e que não pretendia participar da competição continental. "Pensei em parar de fazer atletismo. Sofria com as lesões e com as muitas dores. Tive estiramento, lesão no joelho", disse.

"Eu nem vinha para o Pan. Eu ia sair de férias. Não pensava em disputar o Pan. Depois que competi bem no Mundial, queria descansar. Meu treinador que me fez mudar de ideia. Ele disse: 'fica duas semanas parada'. Ele disse para eu vir, que eu iria conseguir uma marca boa. Não estava acreditando muito. Mas consegui. Fiz a minha melhor marca e ouro no meu primeiro Pan", completou Rosângela.

Além do incentivo do técnico, Rosângela contou com um "empurrãozinho" de Maurren Maggi em conversa que teve com a campeã olímpica na Vila. Segundo a velocista, as palavras da experiente saltadora fizeram a diferença para ganhar mais autoestima antes da prova desta terça-feira.

"O segredo é você, mesmo não tendo muita confiança, criar sua autoconfiança, sua autoestima. E conversar com as pessoas que te dão apoio. Por exemplo, em uma conversa com a Maurren , eu disse que não estava esperando muita coisa do Pan. E ela disse: 'É quando a gente menos espera que consegue as melhores marcas'", contou.

Após a medalha de ouro, Rosângela se mostrou sem saber como agir. "Minha ficha não caiu, estou tremendo. Estou muito feliz. É isso aí, ouro é do Brasil. Enfim, não sei nem o que dizer". Com as esperanças brasileiras depositadas muito mais em Ana Cláudia Lemos do que nela, Rosângela ressaltou que na hora da prova, não é estar melhor ranqueada que faz a diferença. "Foi provado que ranking não conta. Conta o momento, a hora da prova, quem está mais concentrada. Graças a Deus fui a melhor", afirmou.

Mesmo com o melhor tempo da sua vida (11s22), Rosângela ainda encontrou erros em sua performance. "Não gosto de entrar com tanta confiança. Às vezes atrapalha, então estou sempre com o pé atrás. Minha largada foi horrível, meu técnico vai me matar, poderia ter feito um tempo melhor. Fui recuperando, vi a americana do lado, não me desesperei", explicou.

Comentários