Chile anuncia que receberá Copa América de 2015 no lugar do Brasil

A Associação Nacional de Futebol do Chile (ANFP) anunciou, em entrevista concedida neste sábado, que o país receberá a Copa América de 2015. A competição estava prevista anteriormente para ocorrer no Brasil.

"Com emoção e alegria comunico que, depois de 24 anos, a Copa América será realizada no Chile", afirmou Sergio Jadue, presidente da ANFP. "Queremos organizar a melhor Copa América da história, tanto administrativamente quanto esportivamente. Colocaremos todos os nossos esforços para que a seleção chilena siga tendo partidas amistosas para chegar com uma equipe competitiva e que possa vencer o torneio", completou.

O treinador da seleção do Chile, Claudio Borghi, também esteve presente no evento e reforçou a importância de vencer a Copa América dentro de casa. "Nossa mentalidade é de sermos campeões. Isso é muito importante para o país e para todo o povo chileno, que quer ver sua seleção bem preparada. Não pouparemos esforços para irmos bem também na parte desportiva", disse o comandante.

"É uma grande oportunidade que estávamos esperando. A Copa América não é só futebol", disse Jadue, invocando o setor público e privado do país para organizar o torneio. A decisão sobre as sedes ainda serão avaliadas pela ANFP. "Ainda temos que decidir as sedes. Vamos criar uma comissão para analisar e é provável que diferenciaremos os estádios da Copa do Mundo Sub-17 dos que receberão a Copa América", ressaltou.

O diretor de comunicação da entidade da CBF, Rodrigo Paiva, confirmou a decisão. "O Brasil vai passar por uma série de eventos - Copa das Confederações em 2013, Copa do Mundo de 2014 e logo em seguida as Olimpíadas em 2016 -, um atrás do outro. O Chile mostrou interesse (em receber a Copa América em 2015) e chegamos a um acordo", explicou.

"Organizar uma Copa América logo depois de uma Copa do Mundo teria um custo muito alto. Alé porque estaríamos paralisando o Campeonato Brasileiro por quatro anos seguidos", completou Rodrigo Paiva.

O atual presidente da CBF, José Maria Marin, declarou que, caso o calendário não fosse alterado, os maiores prejudicados seriam os clubes brasileiros, em um momento que seria importante para o fortalecimento das competições nacionais.

"O Campeonato Brasileiro teria de ser paralisado, justamente em um ano que tem tudo para levar multidões aos jogos, pois será realizado logo após a Copa do Mundo, com toda a estrutura que a maior competição de futebol do planeta deixará, com estádios modernos e todo um ambiente positivo", explicou Marin.

As negociações, iniciadas ainda quando Luiz Inácio Lula da Silva era presidente brasileiro, acabaram retomadas recentemente e avançaram até a concretização. O país, que já organizou a competição por seis vezes, não recebe o torneio desde 1991.

O Chile, a princípio, receberia o evento somente no ano de 2019. Com a aproximação entre Lula e a federação chilena, o Brasil aceitou "trocar" para somente receber a competição sul-americana uma edição depois, já que o País passará por um ano de transição entre a Copa do Mundo de 2014 e a Olimpíada no Rio de Janeiro em 2016.

A negociação entre os dois países, contudo, diminuiu em 2010, quando Ricardo Teixeira, ex-presidente da CBF, negou qualquer possibilidade de permitir aos chilenos organizarem o torneio em 2015. "Nunca dissemos que daríamos a Copa América ao Chile. A Copa América será no Brasil", disse o antigo dirigente quando ainda comandava a entidade do futebol brasileiro.

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