Chefe vê arbitragem brasileira no melhor nível, mas cobra padrão

Chefe da arbitragem da CBF, Aristeu elogia juízes do Brasil apesar da falta de padrão Foto: João Paulo Di Medeiros / MEI João Paulo Bezerra Di Medeiros - Especial para o Terra

Chefe da arbitragem da CBF, Aristeu elogia juízes do Brasil apesar da falta de padrão

Alguns dos principais árbitros brasileiros passaram por um curso de aperfeiçoamento da Escola Nacional de Arbitragem de Futebol durante esta semana em Goiânia. Presente no evento, o presidente da Comissão de Arbitragem da CBF, Aristeu Tavares, classificou a arbitragem praticada no Brasil como uma das melhores do mundo, mas luta para que os critérios sejam padronizados, em uma espécie de sintonia fina entre as decisões dos árbitros.

Para Aristeu, a arbitragem brasileira não perde em nada para a vista em outros centros do futebol e que os erros que acontecem por aqui são comuns lá fora também. “Eu entendo que estamos no nível das grandes potências mundiais. Aliás, é assim há muito tempo. Observamos falhas, erros, acertos, boas e más atuações em todos os países do mundo, nos grandes centros da Europa, da América do Sul, da Concacaf”, comparou.

Segundo o presidente, apesar de classificar o apito no Brasil como um dos melhores do mundo, os árbitros brasileiros têm suas falhas. E é no sentido de minimizá-las que a Comissão de Arbitragem realiza cursos e avaliações como esse realizado em Goiânia. Aristeu Tavares ainda contou que a preocupação na formação e aperfeiçoamento dos árbitros obedece quatro pontos.

“A arbitragem brasileira tem suas qualidades e suas falências, mas estamos trabalhando arduamente para tentar minimizar a ocorrência do equívoco, não que ele vá acabar. Todos os envolvidos no futebol e até em outras profissões tem seus equívocos, o jogador perde pênalti, o goleiro toma um 'frango', o treinador escala errado e o árbitro de forma inconsciente também comete os seus. Temos que tentar minimizar isso com muita instrução e com um acompanhamento com os quatro pilares da FIFA: o técnico, o físico, o psicológico e o social”, frisou.

Aristeu Tavares voltou a sinalizar que os erros acontecem em todos os lugares do mundo, mas que vê, em especial, a falta de padrão na adoção de alguns critérios de jogo. Para ele, o que falta é que todos os árbitros utilizem os mesmos parâmetros para lances semelhantes. "As falências são as mesmas que acontecem em outras partes do mundo, principalmente em relação a algumas interpretações que tem parâmetros, e esses parâmetros precisam estar padronizados ou pelo menos aproximados”" analisou.

Árbitros recebem instruções do instrutor físico Paulo Camelo e da psicóloga Marta Magalhães Foto: João Paulo di Medeiros / MEI João Paulo Bezerra Di Medeiros - Especial para o Terra

Árbitros recebem instruções do instrutor físico Paulo Camelo e da psicóloga Marta Magalhães

Aristeu exemplificou que até mesmo um lance que é considerado como interpretativo para a decisão de um árbitro pode obedecer a um critério estabelecido. "O que é mão na bola é mão na bola, tem parâmetro para dizer o que é mão na bola. É interpretativo, mas com parâmetros. E o quanto desses parâmetros aplicados nessa interpretação é o importante que façamos a aproximação sempre", salientou.

O presidente deu outros exemplos e ressaltou que caso a arbitragem alcance essa padronização, ou aproximação, no uso dos critérios vai facilitar o entendimento do público em geral e até mesmo o número de reclamações diminuirá. “Como em outros exemplos, se o lance é uma clara oportunidade de gol ou uma jogada vantajosa, se a falta é temerária ou jogo brusco grave, esses parâmetros precisam estar mais alinhados. Com isso até dentro de um senso comum o torcedor vai poder saber se um jogador tem que levar um cartão amarelo ou um vermelho”, concluiu.

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