Poluição no Rio ameaça locais de competição da Olimpíada de 2016

Mulher rema entre os peixes mortos da Lagoa Rodrigo de Freitas na manhã da quarta-feira passada (13)

Mulher rema entre os peixes mortos da Lagoa Rodrigo de Freitas na manhã da quarta-feira passada (13)

A morte de 72 toneladas de peixe da Lagoa Rodrigo de Freitas, na Zona Sul do Rio de Janeiro, assustou os cariocas na semana passada. Por três dias, uma camada de peixes mortos cobriu o espelho d’água de um dos pontos turísticos mais famosos da chamada Cidade Maravilhosa e deixou uma dúvida no ar: e se isso tivesse ocorrido em 2016?

A Lagoa Rodrigo de Freitas abriga o Estádio de Remo do Rio e será um dos locais de competição da Olimpíada de 2016. Já escalada para o maior evento esportivo do mundo, ela sofre há anos com a poluição e a falta de saneamento básico da capital fluminense. Os dois problemas já atrapalharam competições e o treinamento de atletas no local. Podem atrapalhar também a organização da Rio-2016.

Nos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos do Rio, a Lagoa vai receber as provas de remo e canoagem de velocidade. A morte de uma grande quantidade de peixes, como aconteceu na semana passada, porém, pode inviabilizar a prática de qualquer esporte no local, o que comprometeria a Olimpíada.

Aliás, na sede dos próximos Jogos Olímpicos, não é só a água da Lagoa Rodrigo de Freitas que preocupa. A Baia de Guanabara vai receber as competições olímpicas de vela daqui a pouco mais de três anos. Entretanto, recebeu críticas do bicampeão olímpico Torben Grael e chamada de “esgoto” pelo velejador Ricardo Winicki, o Bimba, recentemente.

“A Baía de Guanabara é uma central de tratamento de esgoto desativada. Vai ser uma pena ver atletas do mundo todo desviando de sofás, portas de geladeira, TVs e animais boiando”, detonou ele.

Na Rio-2016, até o campo de golfe pode sofrer com a poluição. O terreno escolhido para abrigar o esporte fica em uma área abandonada, que já foi inclusive uma mina de areia. Tudo isso degradou o espaço, o qual agora passa por um processo de limpeza e recuperação.

Quem monitora esse processo é a Prefeitura do Rio de Janeiro. A EOM (Empresa Olímpica Municipal) declarou ao UOL Esporte que não vê problemas para a realização competições da Olimpíada no local.

Já o governo do Rio de Janeiro é o responsável por recuperar a qualidade da água da Lagoa Rodrigo de Freitas e da Baia de Guanabara. A Secretaria Estadual do Ambiente informou que despoluir ambos os locais são compromissos olímpicos assumidos com o COI (Comitê Olímpico Internacional) e serão cumpridos, apesar da dificuldade.

"Vai dar pra cumprir a meta de despoluição porque nós estamos avançando em várias frentes. Temos recursos, temos programas, e vamos chegar lá. Mas o esforço é muito grande, pois a Baía está podre", declarou o secretário Carlos Minc, que está à frente dos trabalhos de despoluição.

O Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio-2016 disse que confia nas iniciativas do governo e não crê em problemas para a Olimpíada.

UOL Esporte

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