Atlético-PR ataca "Estaduais mortos” e sugere fim de modelo da era Vargas



















Petraglia indicou que Atlético-PR pode disputar o Paranaense de 2014 novamente com time Sub-23

Clube que se “antecipou” ao amontoado de datas do futebol brasileiro, o Atlético-PR reforçou seu posicionamento a favor de um calendário nacional mais enxuto com uma sugestão enfática: acabar com os campeonatos estaduais. Em entrevista ao Terra, o presidente Mário Celso Petraglia criticou torneios "falidos" e ainda disparou contra o modelo defasado no esporte, que definiu como “da primeira metade do século passado”.

“Temos uma posição muito clara há anos sobre calendário e disputa de Estaduais, que são campeonatos deficitários faz muitos anos. Somos contra à convivência do velho, do passado, do superado com o novo”, destacou Petraglia, ressaltando o fato de não haver identidade nas equipes menores que preenchem as tabelas desses torneios. “Você não pode conviver com clubes que são barrigas de aluguel, com poucos meses de atividade, sem recursos, caixas e receitas. Você paga para jogar e coloca todo o trabalho do ano em risco”, disparou.

Com a equipe Sub-23, o Atlético-PR foi vice-campeão do Paranaense deste ano. Petraglia ainda ironizou o fato de o arquirrival Coritiba ter festejado o tetracampeonato. “Hoje, ser campeão estadual não representa nada. Os clubes menores têm a satisfação de dar à torcida um título local, mas nós superamos isso. Esse tetra, penta ou hexa que os clubes pretendem ganhar... que sejam felizes e façam a festa em cima de algo pequeno”, acrescentou.

Outro ponto de crítica do mandatário rubro-negro é o cenário legislatório que envolvem os clubes de futebol. Gaúcho de nascimento, Petraglia classificou a conjuntura lembrando o período em que um conterrâneo governou o Brasil: Getúlio Vargas, presidente nacional de 1930 a 1945 e de 1951 a 1954.

“Há um compromisso dos clubes com a legislação atual, da era Vargas, da primeira metade do século passado. Há um vínculo jurídico e temos que nos submeter às decisões da CBF e das Federações. Nosso registro nos obriga a esse comprometimento. Os clubes estão amarrados por essa razão, não têm as próprias ligas, autonomia... O problema é muito mais conjuntural da legislação que qualquer outro comprometimento”, declarou.

Terra

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