Com grave crise no profissional, torcida do Remo lota estádio no sub-20

Com mais um recorde de público, Remo se despediu da Copa do Brasil Sub-20 ao perder para o Criciúma, mas saiu de campo aplaudido Foto: Filipe Faraon / Especial para Terra

Com mais um recorde de público, Remo se despediu da Copa do Brasil Sub-20 ao perder para o Criciúma, mas saiu de campo aplaudido

 

Com mais um recorde de público, o time sub-20 do clube do Remo fez um duelo típico de profissionais nesta noite, contra o Criciúma. De um lado, o time catarinense venceu de 2 a 0 e se classificou para as semifinais da Copa do Brasil da categoria. Do outro, os remistas saíram com a sensação de missão cumprida e dinheiro no bolso.

O estádio do Mangueirão ficou repleto com 26.442 pagantes. Cobrança, xingamentos e até objetos atirados ao campo trouxeram um clima de guerra incomum para uma partida entre times de divisões de base. O policiamento foi reforçado e até a tropa de choque teve que entrar em ação.

A torcida mostrou sintonia com os jogadores até quando não deveria. Assim que o Criciúma fez o segundo gol, os jogadores começaram confusão com trocas de agressões. Em apoio, o público atirou objetos no gramado. Ao final da partida, o trio de arbitragem teve que ser escoltado para se proteger de uma chuva de garrafas de água, sandálias e outros objetos atirados da arquibancada. Ao final, os jogadores saíram aplaudidos.

A derrota para o Criciúma encerrou uma jornada incomum para o Clube do Remo. O clube conseguiu ter lucro mesmo com o time principal sem jogar desde março. Como foi mal no Campeonato Paraense, o clube não teve direito de disputar sequer a Série D, pela terceira vez em cinco anos. Mas dessa vez, o clube investiu na categoria de base e deu certo.

Ao vencer a Copa Norte Sub-20, o Remo se reforçou com vários jogadores de times rivais, mirando a Copa do Brasil. A união, entre jogadores que eram aproveitados no time profissional com revelações e contratações, criou um time que empolgou a torcida. O estádio do Mangueirão ficou lotado nos três jogos do Remo em Belém. Em cada ocasião, conseguiu arrecadar quase R$ 200 mil líquidos. O valor serviu para quitar salários do time profissional, que joga amistosos para arrecadar dinheiro.

O médico Fabrício Souza é uma dos exemplos de apoio incondicional. Ele diz ir a todos os jogos do Remo, não importa a divisão. Mesmo antes do final da partida, já se dava por satisfeito pela trajetória do time sub-20. "A torcida estava carente de sentir orgulho, de ser respeitado lá fora. Eliminamos times importantes, temos jogadores que se identificam com o clube e que vão ser aproveitados ano que vem. Agora a gente voltou para o caminho certo", diz, satisfeito.

Ter perdido o jogo de ida por 3 a 2 não tirou a confiança da torcida, pois o time já havia eliminado o Vitória, atual campeão da competição, e o Flamengo. Mas ficou clara a superioridade do Criciúma, ainda mais em uma noite em que os azulinos não estavam inspirados. "O time deles foi melhor, mais forte, até na parte física. A gente chegou onde dava", admite o técnico remista Valter Lima. 

Para conseguir a classificação, o treinador do Criciúma, Luizinho Vieira, exigiu maturidade de seus jogadores. "Trabalhamos a parte emocional, por causa da pressão. Mas a gente suportou muito bem", avalia.

Terra

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