Itaquerão e Allianz Parque são os estádios que mais dão trabalho à polícia

Os dois palcos do futebol mais modernos e recentemente construídos na cidade de São Paulo são os dois que mais exigem da Polícia Militar em seu trabalho de policiamento e contenção de distúrbios em praças esportivas.

A avaliação é do capitão Marçal Ricardo Razuk, comandante do 2º Batalhão de Choque da PM de São Paulo, responsável pela segurança nos jogos e estádios de futebol no Estado. Segundo ele, as arenas da capital com os maiores dificultadores para as operações de segurança são o Allianz Parque, do Palmeiras, e o estádio do Corinthians, construído no bairro de Itaquera, na zona leste da cidade.

Os motivos que tornam as partidas em cada uma das arenas um desafio para a PM são, porém, diferentes. De acordo com o oficial, que trabalha no batalhão especializado da polícia desde sua formatura, há 16 anos, os dirigentes corintianos e outros responsáveis pela obra do estádios, reuniram-se com a PM algumas vezes durante a construção da arena.

O objetivo era ouvir a corporação quanto a questões de segurança e controle de distúrbios, a fim de planejar a obra como um todo levando em conta também essas questões.

"Já os dirigentes do Palmeiras e os executivos da W Torre (construtora que ergueu a arena alviverde) não nos participaram no processo. Daí, construíram o portão de entrada das delegações dos times na rua Turiassu, que é estreita, recebe grande concentração de torcedores palmeirenses e tem em seus quarterões uma série de bares frequentados por torcedores antes e depois dos jogos, além da sede da torcida Mancha (Alvi) Verde", explica o oficial do Choque.

Por causa disso, na partida de inauguração da nova arena, no dia 20 de novembro do ano passado, entre palmeiras e Sport do Recife, as coisas não aconteceram conforme o planejamento inicial, como conta o capitão Razuk: 

"Faltavam duas horas para o jogo e a Turiassu já estava tomada pelos torcedores. Os dirigentes do Palmeiras insistiram para que encontrássemos uma maneira de viabilizar a entrada das delegações no estádio pela entrada principal. Mas, em nome da segurança pública e da ordem social, não pudermos permitir, eles entraram por um portão secundário".

Para o capitão, a entrada das delegações no Allianz Parque deveria ter sido feita pelo lado do estádio que dá para as áreas sociais do clube. "Mas isso não foi feito, não quiseram mexer na parte social do clube, e não levaram em conta as questões de segurança. Agora, temos um estádio com suas principais entradas localizadas na rua das imediações que maiores complexidades apresenta para as operações policiais", opina o capitão do Choque.

Já no estádio corintiano, são as dimensões da arena que trazem dificuldades extras à polícia. "O Itaquerão é enorme. Em um jogo com grande público, não é possível garantir a segurança sem menos do que 120 homens do Choque. No Morumbi (estádio do São Paulo), que também é grande, 110 policiais conseguem garantir a segurança. No Pacaembu e no Allianz Parque, 80 soldados podem dar conta da situação", afirma Razuk.  

O 2º batalhão de Choque da PM de São Paulo é formado por cerca de 800 policiais. Além de garantir a segurança nas praças esportivas, o batalhão tem entre as suas atribuições o controle de distúrbios civis, o que envolve o policiamento e as ações da PM em manifestações públicas, como as que v~em se repetindo nas últimas semanas na capital paulista contra o aumento na tarifa dos transportes públicos.

UOL Esporte

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