Obras contra enchente no Maracanã eram para Copa, mas ficam para Olimpíada

A região onde fica o Maracanã convive há décadas com enchentes similares a do domingo do clássico Flamengo e Vasco, em que houve alagamentos em volta e até dentro do estádio. Há obras da prefeitura do Rio de Janeiro para resolver o problema que deveriam ter sido entregues para a Copa-2014, mas ficarão para o ano da Olimpíada-2016 por conta de atrasos.

A partir de 2010, o município do Rio iniciou uma série de piscinões e desvios de cursos de rios na região do estádio para conter os alagamentos. A motivação eram os dois mega-eventos esportivos.

São quatro intervenções diferentes e a primeira deveria ser entregue em 2012. Apenas esta ficou pronta no ano do Mundial. Todas as outras não foram concluídas ainda apesar das promessas do prefeito Eduardo Paes de terminá-las em 2014.

“A Prefeitura lembra que o controle das enchentes na Grande Tijuca só estará garantido após a conclusão das obras dos outros reservatórios (Praças Niterói e Varnhagen e Rua Heitor Beltrão) e desvio do Rio Joana direto para a Baía de Guanabara por meio de um túnel de drenagem. As obras serão concluídas em 2016″, informou a assessoria da Rio Aguas, órgão municipal encarregado das obras.

O que está pronto até agora é o piscinão da Praça da Bandeira, que, segundo a prefeitura, funcionou muito bem no último domingo.

Questionada pelo motivo dos atrasos, a Rio-Aguas informou que houve modificações no projeto e dificuldades em sua execução. O reservatório previsto para o Extra-Boulevard, por exemplo, foi substituído por dois nas praças para minimizar impactos de desapropriação e porque foi encontrada uma rocha a poucos metros de profundidade.

Segundo o órgão, se fosse executado o projeto inicial, seria necessário mais tempo para a conclusão. “A alteração na posição dos reservatórios demandou readequação de projeto e alteração no formato inicial dos mesmos, a fim de garantir maior estabilidade à estrutura'', informou a Rio-Aguas.

Por sorte da prefeitura e da Fifa, a Copa do Mundo foi realizada em junho e julhos, meses secos onde é praticamente impossível ocorrer chuvas fortes. O mesmo acontecerá com a Olimpíada, marcada para agosto.

No domingo passado, com as chuvas de março, o Maracanã não teve alagamento só no gramado durante o Flamengo e Vasco, que foi paralisado e depois retomado graças à drenagem. Os túneis do estádio foram invadidos por água vinda da rua pela falta de escoamento na redondeza. A chuva foi, de fato, forte com níveis entre 48mm e 52mm na região.

A se cumprir a nova promessa da prefeitura, o maior estádio da cidade e a população em volta ainda terão de enfrentar mais um período de chuva sujeitos a alagamentos.

UOL Esporte

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