Em sua década dourada, Benfica colocou fim à hegemonia do Real na Europa














Eusébio em ação pelo Benfica nos anos 60 (Foto: AFP)

Depois de cinco títulos consecutivos do Real Madrid nas cinco primeiras edições da Liga dos Campeões, coube ao Benfica, de Portugal, quebrar a hegemonia dos espanhóis no torneio. E a consagração veio em dose dupla, com os títulos em 1961 e 1962, contra o Barcelona e no ano seguinte contra o próprio Real Madrid. 

Os anos 60 são considerados pelo clube português como a "Década de Ouro". Além dois dois títulos, o Benfica ainda chegaria, sem sucesso, a outras três finais do torneio, em 1963, 1965 e 1968, com derrotas para Milan, Internazionale e Manchester United.

O Benfica foi ainda a base da seleção portuguesa, terceira colocada no Mundial da Inglaterra, em 1966. A seleção lusa foi responsável pela eliminação do Brasil, que disputara aquela Copa do Mundo como atual bicampeã.

Na primeira conquista, nomes como Costa Pereira, Águas, Coluna e Cavém estão na memória da torcida como a base da equipe que bateu o Barcelona por 3 a 2, em maio de 1962.

No ano seguinte, outra vitória que não deixava dúvidas sobre o poderio do Benfica, na ocasião, já reforçado pelo seu maior craque da história, o atacante Eusébio.

Em uma partida memorável, o clube fez 5 a 3 contra o Real Madrid, após sair perdendo por 2 a 0. Águas, Cavém, Coluna e Eusébio duas vezes marcaram os gols do Benfica, enquanto Puskas, por 3 vezes foi o responsável pelos gols do Real.

Na mesma década o Benfica ainda venceria por sete vezes o campeonato nacional (1961, 1963, 1964, 1965, 1967, 1968 e 1969), com dois tricampeonatos.

Os dois títulos europeus foram conquistados sob o comando do húngaro Béla Guttmann, que saiu do clube após o bicampeonato, por conta de divergências salariais. Na saída, rogou uma praga ao clube, que até hoje vigora.

"Sem mim, nem daqui há cem anos o Benfica conquistará uma taça continental". E assim se fez, mesmo o clube disputando outras cinco finais do torneio. Além das três derrotas nos anos 60, em 1988, o time foi derrotado pelo Ajax e em 1990 pelo Milan.

Nos anos 60, ainda sob o regime ditatorial salazarista em Portugal, muitos acusaram o Benfica de ser o "time do regime". Inclusive que Salazar teria intercedido pessoalmente pela permanência de Eusébio no clube, quando ele teve uma proposta irrecusável da Internazionale de Milão, em 1963.

Dizia-se que o regime se apoiava nos três F: fado, Fátima e futebol. Recentemente, historiadores negam o fato, dizendo que, inclusive, Salazar detestava futebol.

UOL Esporte

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