Ponto de Opinião: Equipes recuam e mudanças no futebol "ficam para depois"

(Foto: Reprodução)


Com medo do contrato com o Esporte Interativo não ser tão vantajoso a partir de 2019, as equipes do futebol brasileiro estão voltando atrás e assinando o contrato proposto pela Rede Globo. O clube da vez foi o São Paulo, que admitiu conversas com o EI, mas preferiu o contrato da família Marinho. 

Quem destoa de toda essa mesmice é o Santos, que já confirmou o acordo com o canal do grupo Turner, por discordar de alguns pontos do antigo contrato, como por exemplo, as "cotas" de jogo para cada time. Em resumo, se sua torcida comparece aos jogos, ela for numerosa e procurar de qualquer maneira ver o jogo do seu time do coração, esse será o clube que terá mais transmissão.

Não é a toa que Corinthians e Flamengo ficaram no meio do fogo cruzado. Consideradas as duas maiores torcidas do país, o contrato com a Globo é renovado as cegas e a mordomia continua. Só falta a sombra e água fresca.

No entanto, esse recuo da maioria das equipes impede o que o grupo Bom Senso FC pediu em 2013: um melhor futebol para todos. O movimento dos jogadores que atuam no Brasil pedia uma melhor qualidade no esporte que deu fama mundial ao país. Atualmente mais enfraquecido, o movimento pouca fala e nada faz. Arrisco a dizer que o Bom Senso foi criado para fazer circo, chamar a atenção para o problema, mas a mão na massa fica para os sonolentos dirigentes de futebol do Brasil.

Rede Globo x Esporte Interativo

A proposta do Esporte Interativo encheu os olhos dos clubes mais "necessitados". O valor e o estilo de transmissão são outros, com ideias novas e locutores mais novos. Mesmo que haja controvérsias do modo como a narração acontece no EI, muitos torcedores cansaram da mesmice que é uma transmissão com o locutor C ou G, por exemplo. Mesmo com o esforço, os comentaristas C1 e C2 não empolgam a torcida e nem mesmo os telespectadores mais críticos.

Segundo o que foi tornado público nos últimos dias, a transmissão do EI é exclusivamente na TV fechada no valor de R$ 550 milhões por temporada, entre 2019 e 2024. A proposta da Globo é de R$ 1,1 bilhão para a TV aberta e fechada, em conjunto. Detalhadamente, o valor na TV fechada (SporTV) seria de R$ 98 milhões, bem abaixo do oferecido pelo EI.

Mas, o que falta para os clubes apoiarem a ideia do EI? Pelo que parece, o medo do novo ter chegado tão de surpresa assustou os clubes. A tão esperada mudança poderia acontecer, mas os clubes recusaram qualquer coisa que saia do "normal". Estamos mantendo um padrão cansativo e de que nada ajuda no futebol.

E para não perder o costume: não aprendemos nada com o 7 a 1.

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