Lei obriga Rio-2016 a alterar arenas a menos de três meses dos Jogos

Sancionada pela presidente Dilma Rousseff no seu último dia no poder, a Lei Olímpica obrigará a uma adaptação de assentos em todas as arenas olímpicas a pouco menos de três meses dos Jogos. Isso porque a legislação triplicou a carga de ingressos destinada a pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida. Assim, serão necessárias mudanças nas configurações das instalações para atender à exigência.

Até agora valia um decreto de 2012 que estabelecia que 1% dos ingressos tinham que ir para pessoas com deficiência, e 1% para aqueles com mobilidade reduzida. Era um percentual menor do que o previsto por decreto de 2004 que prevê 2% de bilhetes para cadeirantes e 2% para deficientes visuais e de mobilidade reduzida em todos os eventos culturais e esportivos.

Então, o deputado federal Indio da Costa (PSD-RJ), relator da lei olímpica, aumentou o percentual para 2% para pessoas com mobilidade reduzida, e 4% para pessoas com deficiência. Na última quinta-feira, Dilma, ainda em exercício, sancionou a lei. Pela legislação, são necessários lugares que não sejam segregados, em todos os setores das arenas, com boa visibilidade e condições adequadas. No total, isso representaria 450 mil bilhetes.

“Não tem um impacto na venda de ingressos porque temos um percentual que ficou para contingência. Vamos continuar a tocar a venda dos ingressos. Ao mesmo tempo, começou uma análise que vai demorar um pouco mais para adequar as arenas'', explicou o diretor de comunicação do Comitê Rio-2016, Mario Andrada.

Na Copa do Mundo de 2014, houve uma disputa em relação ao tema. Os responsáveis pelas construções dos estádios apontaram que os percentuais para deficientes previstos em lei eram exagerados, e muito superiores a normas internacionais. De fato, o manual da Fifa, de estádios americanos e até uma norma técnica brasileira previam em torno de 300 lugares, e não 2%. E alegaram que haveria custos maiores e lugares ociosos para fazer adaptações.

O diretor do comitê, Mario Andrada, afirmou que não existe um estudo do comitê sobre a demanda de ingressos para deficientes para saber qual o número ideal. Mas, ao contrário dos gestores de estádios da Copa, não questionou a lei e disse que o comitê a respeitará nas arenas. “Dá tempo para cumprir a regra'', completou.

UOL Esporte

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