Sem adesão ao ProFut, Palmeiras tem menor crescimento de dívida fiscal do que rivais



Desde que Paulo Nobre assumiu a presidência do Palmeiras, em 2013, o discurso da direção do clube foi sempre o mesmo: "Não faremos loucuras. O Palmeiras andará com as próprias pernas." A estratégia do mandatário para equilibrar as finanças do time alviverde, além de outros aspectos, passa pela não adesão ao ProFut, um plano diferente dos outros 11 clubes considerados grandes do país.

Entre os quatro maiores times de São Paulo, o Palmeiras foi o único que não aderiu ao plano proposto pelo governo, o que se mostrou um método correto do clube, que apresentou o menor crescimento em sua dívida fiscal. Em 2014, somava R$ 63,4 milhões em débitos com o governo, passando para R$ 67,7 milhões em 2015 - um aumento de 7%.

O Santos, que tem visto a rivalidade com o clube de Palestra Itália cada vez mais acirrada por conta dos embates decisivos em Campeonato Paulista e Copa do Brasil, fora de campo, leva uma goleada. A equipe da Vila Belmiro acumula R$ 128,4 milhões em dívidas fiscais, um aumento de 27% em relação a 2014, quando devia R$ 100,9 milhões.

O período também fez o São Paulo perder o título de "melhor pagador". Em 2014, o clube tricolor era quem menos devia ao governo: R$ 59 milhões. De um ano para o outro, porém, o viu o débito aumentar 40%, chegando a R$ 82,4 milhões.

A situação mais delicada, no entanto, é do Corinthians. O clube do Parque São Jorge deve R$ 184,8 milhões, quase o triplo do valor que o Palmeiras precisa quitar. Em porcentagem, os débitos fiscais subiram 26%, praticamente quatro vezes o crescimento do rival.

A situação do Corinthians é ainda mais alarmante quando analisada a variação entre 2011 e 2015. Enquanto Palmeiras, Santos e São Paulo aumentaram as dívidas fiscais em 38%, 36% e 35%, respectivamente, o  clube alvinegro viu os números saltarem incríveis 221% - valor impulsionado pelos gastos no pagamento da Arena de Itaquera.

É preciso ressaltar, porém, o artifício palmeirense em pegar mais de R$ 100 milhões emprestados com o próprio presidente Paulo Nobre. O dinheiro do dirigente foi utilizado pelo clube para alongar as dívidas, pagando os vencimentos mais curtos e postergando os prazos.

Entenda o ProFut:

A lei do ProFut tem como principal objetivo ajudar os clubes a quitar suas dívidas com a União. Para isso, os times que aceitarem os termos de contrapartida podem refinanciar seus débitos fiscais emum prazo de 20 anos (240 parcelas). Além do longo tempo, o Programa reduzirá 70% das multas e 40% dos juros.

Para ter direito aos benefícios, o clube deve, entre outras regras, utilizar apenas 80% da receita bruta do clube para o futebol profissional; não atrasar salários de carteira ou direitos de imagem, regularizar ações trabalhistas; não antecipar verbas referentes a período posterior ao final do mandato de cada presidente; restringir os mandatos dos presidentes a no máximo quatro anos, com direito a apenas uma reeleição, e comprovar a existência de um conselho fiscal autônomo.

ESPN

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