Rússia é banida da Paraolimpíada do Rio após escândalo de doping

(Foto: David J. Phillip/AP)


A equipe paraolímpica da Rússia não deve competir na Paraolimpíada do Rio de Janeiro, que começa no dia 7 de setembro. O presidente do IPC (Comitê Paraolímpico Internacional, na sigla em inglês), Philip Craven, anunciou neste domingo (7) que a delegação do país está excluída dos Jogos Paraolímpicos de 2016 após o país envolver-se num escândalo mundial de doping. A Rússia pode recorrer.

Craven concedeu uma entrevista coletiva no início desta tarde, no Rio de Janeiro. Segundo ele, a decisão de tirar a Rússia da Paraolimpíada está baseada no relatório McLaren da Wada (Agência Mundial de Controle de Dopagem, na sigla em inglês), divulgado em julho.

O documento aponta que atletas olímpicos e paraolímpicos da Rússia se doparam para competir com apoio do Ministério do Esporte russo. Os atletas e equipes de laboratórios antidoping trocaram amostras colhidas para possibilitar que os esportistas não fossem pegos em exames.

Segundo Craven, depois da divulgação do relatório, o IPC iniciou uma investigação própria. Ouviu membros do Comitê Paraolímpico Russo e resolveu suspender a entidade por tempo indeterminado. A Rússia, assim, não poderá participar competições paraolímpica, incluindo as da Rio-2016, e ainda perde sua representatividade no IPC.

"O sistema de controle de dopagem russo está quebrado, é corrupto e, por isso, está completamente comprometido", disse Carven. "A Rússia não tem condições de cumprir obrigações de controle de dopagem e, por isso, o comitê russo está suspenso. Os paratletas russos não poderão participar de competições, inclusive a Rio-2016."

Segundo Craven, muitos casos de doping durante a Paraolímpiada de Sochi, em 2014, foram descobertos agora. O presidente do IPC, logo após o evento, havia dito que essa Paraolimpíada havia sido a melhor da história. "Essa opinião terá que ser revista", disse.

Relatório McLaren e o escândalo de dopagem
O relatório é resultado de uma investigação independente promovida pela Wada. A apuração foi iniciada após a atleta Yuliya Rusanova e seu marido, Vitaly Stepanov, oficial da agência antidoping russa, denunciarem num programa de TV alemão a existência de um esquema massivo de dopagem no atletismo russo.

Uma primeira investigação da Wada apontou que membros da Iaaf (Federação Internacional de Atletismo, na sigla em inglês) também ajudaram russos a escapar do doping. Antes da Olimpíada do Rio, a Iaaf baniu o atletismo russo dos Jogos do Rio.

O COI (Comitê Olímpico Internacional) chegou a cogitar banir todo o time russo da Olimpíada. Decidiu, porém, que federações internacionais decidissem cada um por si o destino dos atletas russos na Rio-2016. A delegação russa na Olimpíada do Rio é comporta por 217 atletas.

Segundo Craven, o COI se baseou em diretos individuais de atletas para abrir a possibilidade de atletas russos competirem no Rio. O IPC, por sua vez, suspendeu o Comitê Paraolímpico Russo. Por isso, paratletas russos estão suspensos da Rio-2016. "O COI é o COI e o Comitê Paralímpico é o Comitê Paraolímpico", afirmou Carven. 

Brasil apoia exclusão
O presidente do CPB (Comitê Paraolímpico Brasileiro), Andrew Parsons, é vice-presidente do IPC e esteve na entrevista em que a suspensão da Russia foi anunciada. Parsons disse que ninguém no movimento paraolímpico está feliz com a suspensão da Rússia. Contudo, disse que a medida protege a credibilidade da Rio-2016 e do esporte.

"A Paraolimpíada do Rio perde esportivamente, mas ganha em credibilidade", afirmou Parsons. "Tenho grandes amigos no Comitê Paraolímpico Russo, mas é preciso proteger os esportistas e o esporte."

A Russia ficou em segundo lugar no quadro geral de medalhas da última Paraolímpiada, realizada em Londres, em 2012. O país conquistou 102 medalhas, só ficando atrás da China (231). O Brasil ficou em sétimo lugar, com 43 medalhas.

UOL Esporte

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