Saúde bucal também influencia a performance de atletas

(Foto: Divulgação)

Redação Blog do Esporte
Com informações da AtitudeCom
Estratégia em Comunicação

Pesquisa aponta que cárie é comum entre 55% dos atletas, revelando descaso com a saúde bucal. Dentre os problemas estão algumas doenças bucais capazes de provocar alterações sanguíneas e prejudicar o processo de reparação muscular. Outro fator é a dor, que pode aparecer de forma repentina em pessoas que não fazem tratamento preventivo e prejudicar a performance por conta do desconforto 

A diferença entre atletas que conseguem ou não conquistar medalhas é mínima, muitas vezes definida por frações de segundos, por isso cada detalhe importa na busca da melhor performance. O que muitos não sabem é que aquela visita ao dentista que não é feita há anos, a cárie esquecida ou uma dor de dente, pode ser determinante na busca por uma medalha.

Um estudo sobre a saúde bucal realizado com participantes das Olimpíadas de Londres, em 2012, e publicado no British Journal of Sports Medicine, mostrou que 55% dos atletas tinham cárie, 45% apresentaram erosão dentária e doenças periodontais, sendo a gengivite responsável por 76% desse índice. Além disso, 28% afirmaram ter sentido impacto na qualidade de vida e 18% contam que isso influi no treinamento e na performance.  Por fim, 46,5% afirmaram não ter feito tratamento dentário no ano que antecedeu o evento.

“Estes números são alarmantes. Infelizmente, muitos atletas apenas lembram do dentista quanto estão com dor ou outro problema mais grave. Em provas que são decididas por segundos, este tipo de desconforto é extremamente prejudicial.’’, afirma o cirurgião-dentista e especialista em Odontologia do Esporte, Dr.Caio Santos, do Instituto Esporte & Odonto. ‘‘O dentista do esporte atua em parceria com os esportistas para prevenir problemas bucais, como a má-oclusão, gengivites e canais não tratados. Se não houver uma atenção especial, o que é simples pode tomar proporções maiores e significar o fracasso nas provas,’’ explica.

Ainda de acordo com o especialista, algumas doenças bucais podem, inclusive, provocar alterações sanguíneas, que interagem diretamente na saúde sistêmica. Isso pode provocar doenças cardíacas e até o retardo no processo de reparação muscular. ‘‘ Os problemas bucais são inimigos invisíveis, que prejudicam a saúde e o desempenho dos atletas’’.

Entre os muitos esportistas de ponta que Caio acompanha, está Ana Marcela Cunha, nadadora que compete na prova de maratona aquática e foi considerada pelo Comitê Olímpico Brasileiro a melhor atleta de 2015.  ‘‘Nesse tipo de modalidade é muito frequente a erosão dental, devido ao contato constante do dente com substâncias presentes nas piscinas durante os treinamentos.  O dente fica frágil e suscetível a outras doenças comuns, como lesões cervicais não cariosas, cáries e doenças pulpares. ’’

Respiração saudável

De acordo com o Dr. Caio Santos, a Odontologia do Esporte pode também auxiliar no diagnostico e tratamento da síndrome do respirador bucal (padrão inadequado da respiração nasal). O especialista afirma que pesquisas apontam a relação dessa doença com a queda no desempenho físico e explica: ‘‘ Uma pessoa que respira apenas pela boca apresenta alterações anatômicas do sistema estomatognático, desencadeando alterações fisiológicas que podem causar sérios danos à saúde, como desalinhamento na postura, ronco e apneia, alterações no sono, modificações na produção do hormônio GH (hormônio do crescimento), problemas no aprendizado e diminuição do fluxo salivar, provocando o enfraquecimento dental e aparecimento de outras doenças."

De olho na alimentação

É comum os atletas consumirem bebidas energéticas ricas em açúcar e extremamente ácidas, por acreditarem que são mais saudáveis do que beber um refrigerante, por exemplo. Entretanto, o dentista do esporte alerta que é preciso ter cautela na frequência com que se ingere essas bebidas e adotar uma dieta equilibrada. “Os isotônicos podem prejudicar o esmalte dos dentes e causar danos irreversíveis’’, afirma.

Visita obrigatória

Enquanto para a população geral a recomendação é visitar o dentista a cada seis meses, para os atletas a consulta deve ser mais frequente.  Caio afirma que quando o corpo é utilizado como instrumento de trabalho o ideal é buscar assistência odontológica a cada quatro meses.

Comentários