Variedade de medalhistas faz Brasil ter maior número de pódios da história

(Foto: Carlos Barria/Reuters)


A medalha de prata de Isaquias Queiroz e Erlon Souza, neste sábado (20), fez bater, em total de medalhas, a sua melhor campanha na história. Serão, contando com futebol e vôlei, 18 pódios garantidos. O recorde anterior foi na Olimpíada passada, em Londres, que teve 17. 

O país ainda pode superar o número de ouro. Se confirmar, passará a seis conquistados superando o rendimento verde-amarelo em Atenas-2004, recorde de campeões olímpicos da delegação nacional, com cinco. Uma sede olímpica superar o desempenho dos Jogos anteriores não chega a ser novidade. Até hoje, apenas três países ganharam mais medalhas na Olimpíada anterior aquela que organizaram: os EUA (101 medalhas em Atlanta-1996 contra 108 de Barcelona-1992), a Finlândia (24 em Londres-1948 e 22 em Helsinque-1952) e a França (42 na Antuérpia-1920 e 41 em Paris-1924).

Quando o COB (Comitê Olímpico do Brasil) fizer o balanço dos Jogos do Rio de Janeiro, o número de total medalhas certamente será comemorado. É preciso lembrar, porém, que a meta estipulada pelo próprio comitê não deve ser batida. A ideia era ficar entre os 10 do quadro de medalhas por total de medalhas. Neste momento, o país é o décimo quinto na soma de pódios. E só deve entrar no top 10 se ganhar medalha em praticamente todas as modalidades que disputar neste sábado e domingo. São disputas no taekwondo e 4x400 m no atletismo neste sábado e maratona neste domingo. Além de já contar com os pódios garantidos no futebol e vôlei. 

Aumento de esportes medalhistas
Qual foi a receita para o aumento de performance brasileiro? A resposta é o aumento de modalidades em que o Brasil subiu ao pódio. Pela primeira vez na história, o número de esportes com medalhistas olímpicos chegou aos dois dígitos.

A canoagem de velocidade foi o décimo esporte a medalhar na Rio-2016. Antes, atletismo (ouro de Thiago Braz), vôlei de praia (ouro de Alison/Bruno e prata de Agatha/Bárbara), boxe (ouro de Róbson Conceição), ginástica (pratas de Arthur Zanetti e Diego Hypólito e bronze de Arthur Nory), judô (ouro de Rafaela Silva e bronzes de Rafael Silva e Mayra Aguiar), maratona aquática (bronze de Poliana Okimoto), vela (ouro de Martine Grael e Kahena Kunze), tiro (prata de Felipe Wu) e futebol (com a final de Neymar &Cia.) foram ao pódio. Com o vôlei, da seleção masculina de Bernardinho, o número chega a 11.

Dessa lista, o Brasil também emplacou duas modalidades em que nunca tinha subido ao pódio. A prata de Isaquias Queiroz no C1-1000m foi o primeiro da canoagem de velocidade, assim como o bronze de Poliana na maratona aquática. Além disso, a prata de Wu foi o primeiro resultado expressivo olímpico do Brasil no tiro esportivo desde os feitos de Guilherme Paraense nas Olimpíadas de 1920.

Mais modalidades no 1º lugar
Outra prova de um Brasil mais versátil no esporte olímpico é a origem dos cinco ouros conquistados no Rio de Janeiro. Em Atenas-2004, os cinco ouros vieram de vela (2), hipismo (1), vôlei (1) e vôlei de praia (1). Nenhum deles chegava ao pódio pela primeira vez naquela edição.

Na Rio-2016, foram cinco modalidades diferentes com campeões olímpicos, duas delas que nunca tinham feito isso antes. Robson Conceição, no 60kg, é o primeiro ouro do boxe. 

Nos outros esportes, brasileiros já tinham ouro de outras Olimpíadas. Martine Grael e Kahena Kunze ganharam a sétima medalha dourada da vela. No atletismo, Thiago Braz fez o quinto ouro. Rafaela Silva é quarta campeã olímpica brasileira do judô. No vôlei de praia, Alison e Bruno são a terceira dupla a atingir o feito.

Isaquias quebra recorde de medalhas
Além disso, pela primeira vez o Brasil teve um atleta com três pódios na mesma edição dos Jogos. Aos 22 anos, Isaquias inaugura a era de superatletas brasileiros com três medalhas na canoagem: ele foi prata no C1-1000m, bronze no C1-200m e prata no C2-1000m – o último ao lado de Erlon Souza.

Antes dele, o máximo que atletas brasileiros conseguiram em uma mesma edição olímpica eram duas. A lista tem os nadadores César Cielo (ouro nos 50m livre e bronze nos 100m livre em Pequim-2008) e Gustavo Borges (prata nos 200 m livre e bronze nos 100 m livre em Atlanta-1996) e os atiradores Guilherme Paraense (ouro na pistola militar de 30 m e bronze por equipes na pistola livre 50 m na Antuérpia-1920) e Afrânio da Costa (prata na pistola livre de 50m e bronze por equipes na mesma prova de Paraense em 1920).

UOL Esporte

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