Cristóvão não resiste a derrota em clássico e deixa o Corinthians

Durou pouco a passagem de Cristóvão Borges pelo Corinthians. O técnico não resistiu à derrota por 2 a 0 sofrida neste sábado (17), no clássico contra o Palmeiras, e deixou o comando técnico do clube menos de uma hora após o apito final.

O treinador deixou a Arena Corinthians sem falar com a imprensa. O anúncio foi feito pelo presidente Roberto de Andrade, que ainda prometeu que não contratará nenhum treinador até o fim do ano.

"Acertamos agora a saída do Cristóvão, ele não trabalha mais conosco e vamos ficar até o fim do ano com o auxiliar Fábio Carille", explicou o cartola, para depois dar o motivo de sua decisão.

"Acho que é um tempo curto para o novo técnico conhecer o elenco. O Fábio já acompanha esse elenco faz tempo, conhece o dia a dia do clube. E facilita bastante. Em janeiro a gente pensa em trazer outro técnico".

Roberto diz que trazer um técnico apenas após o término da competição não atrapalhará em nada o planejamento para a próxima temporada.

"Não precisa trazer o técnico para isso. A gente já está analisando o mercado e já estamos fazendo o planejamento para 2017, com a nossa comissão".

Roger, demitido recentemente do Grêmio, passa a ser o nome mais forte para a sucessão do cargo, especialmente por já ter sido alvo de investida da diretoria ainda este ano. Na ocasião, ele recusou o convite para continuar em Porto Alegre.

Roberto, no entanto, responde com firmeza quando ouve o nome do treinador. "Não comecem a especular agora. Eu já falei aqui que Fábio Carille vai ser o nosso treinador até o fim do ano. E ponto final". 

O primeiro compromisso do agora treinador interino será às 21h45 (de Brasília) desta quarta-feira, quando o Corinthians recebe o Fluminense, na Arena, no jogo de volta das oitavas de final da Copa do Brasil. A ida foi 1 a 1, portanto basta um empate sem gols ou uma vitória simples para o Alvinegro avançar.

Treinador vinha balançando há um mês
Contratado em junho para substituir Tite, Cristóvão se despede com retrospecto de sete vitórias, cinco empates e seis derrotas (aproveitamento de 48,1%). Ele teve início surpreendente com quatro vitórias nos primeiros cinco jogos. A fase promissora durou até a 14ª rodada do Brasileirão, quando o Corinthians ainda brigava pela liderança e sonhava com o heptacampeonato.

A partir daí, no entanto, o treinador passou a ser questionado pela irregularidade das atuações do Alvinegro. Acostumado com o time que voou no Brasileirão em 2015, o corintiano foi confrontado com resultados ruins (derrotas para Atlético-PR, Grêmio e Ponte Preta) e teve que aceitar a dura realidade de ter um elenco limitado já ao final de agosto.

Cristóvão perdeu prestígio à medida que os tropeços se multiplicavam, sendo vaiado no empate com o Cruzeiro por 1 a 1 no Pacaembu, em 8 de agosto. Foi mais ou menos nesta época que o treinador perdeu Bruno Henrique, Elias, Luciano e André e viu diminuir as opções em um elenco que já não era dos mais elogiados.

Quando o mundo desabava em torno do técnico, a vitória por 3 a 0 sobre o Sport há nove dias pareceu dar alívio. Cristóvão mexeu na equipe no intervalo, trocando Cristian por Gustavo, e a equipe dominou completamente por 17 minutos para fazer os três gols. O respiro durou três dias, pois o Corinthians levou virada do Santos na Vila Belmiro, e o técnico voltou a sofrer com a pressão. Seus últimos resultados foram um empate por 1 a 1 com o Coritiba no meio de semana, e a derrota por 2 a 0 para o Palmeiras neste sábado.

UOL Esporte

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