Tocha paralímpica é acesa no Museu do Amanhã com mensagens virtuais

(Foto: Carol Fontes)


Depois de passar pelas cidades de Brasília (DF), Belém (PA), Natal (RN), São Paulo (SP) e Joinville (SC), representando as cinco regiões do país, a tocha paralímpica foi acesa com calor humano nesta terça-feira no Museu do Amanhã, no Boulevard Olímpico, no Rio de Janeiro. O fogo iluminará a cerimônia de abertura dos Jogos, nesta quarta-feira, às 18h15 (de Brasília). Assim como a pira olímpica, o símbolo das Paralimpíadas une os conceitos de paixão e transformação, porém, com desenhos e características diferentes. Pelas redes sociais, internautas de todo o mundo tiveram um papel fundamental no evento. 

Com a hashtag #ChamaParalímpica, os usuários postaram mensagens formando uma espécie de mapa de calor, com a tocha sendo acesa a partir da energia e intensidade do fluxo de comunicação. A chama de cada cidade tinha um valor olímpico: igualdade (Brasília). determinação (Belém), inspiração (Natal), transformação (São Paulo), coragem (Joinville) e paixão (Rio). A energia gerada no meio virtual levou à união das chamas das cinco regiões do Brasil e em Stoke Mandeville, cidade inglesa onde nasceu o movimento paralímpico, se uniram no Museu do Amanhã.

A cerimônia contou com a presença de Carlos Nuzman, presidente do Comitê Olímpico do Brasil (COB), Andrew Parsons, presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), Sir Philip Craven, presidente do Comitê Paralímpico Internacional (IPC), o prefeito do Rio, Eduardo Paes, e outras autoridades e membros da comissão organizadora.

- Hoje é um dia muito importante, a chama chegou ao Rio de Janeiro, é o seu primeiro dia na cidade olímpica. Queria deixar essa enorme paixão, vontade e demonstração dos que os Jogos Paralímpicos trazem para o Rio de Janeiro - comemorou Nuzman.

Presidente do IPC e ex-atleta do basquete de cadeira de rodas, o britânico Philip Craven explicou sobre o formato da união das chamas e afirma que cada um tem sua parcela de responsabilidade para tornar as Paralimpíadas ainda mais grandiosas.

- Estamos muito animados esperando pelo início dos primeiros Jogos Paralímpicos na América do Sul. Os Jogos abrem uma nova fronteira para o esporte, e o público vai ver porque as Paralimpíadas são uma referência se tratando de inclusão. A chama que fica no coração de cada atleta não é um resultado apenas de quatro anos de treinamento. Para muitos dos atletas é o resultado de uma vida inteira de dedicação e amor ao esporte. A chama irá conduzir a mensagem de um mundo inteiro. As chamas que chegaram das cinco cidades será unida com a de Stoke Mandeville. A chama depende de todos para que possa brilhar de forma cada vez mais intensidade. É o resultado da energia que cada um coloca nela - destacou Craven, que participou de cinco edições dos Jogos, de 1972 a 1988.

Ao longo dos sete dias do revezamento, a pira será conduzida por 745 pessoas em uma distância de 250 km. Nesta terça-feira, o primeiro dia na cidade olímpica, a chama também passará pelos Arcos da Lapa, além dos bairros de Vila Isabel, Grajaú, Campo Grande, Bangu, Realengo, Deodoro e no Parque de Madureira. Um dos pontos de atenção, ainda nesta terça-feira, será o Cristo Redentor, que terá a participação da judoca campeã olímpica Rafaela Silva.

- Estar aqui no Rio de Janeiro, na minha terra (com os olhos marejados)... A chama que veio da Inglaterra para o Rio de Janeiro motiva os atletas. Vamos tornar esse país mais humano, sem violência e discriminação - disse o judoca e ator Breno Viola, emocionado.

Eduardo Paes afirmou que a cidade terá algumas restrições para viver um momento mágico do esporte, assim como na Olimpíada, e convidou todos a abraçarem o espírito dos Jogos.

- Mistura de nações celebrando o esporte. O esporte olímpico traz uma mensagem muito clara de superação. O esforço desses homens, mulheres e atletas ao longo de toda a vida enfrentam uma situação mais complexa e conseguem, com obstinação, superar as barreiras que parecem intransponíveis. A cidade, Comitê Organizador e o governo do Estado prepararam uma grande festa. Eu queria convidar todos os cariocas a celebrar as Paralimpíadas. Vamos voltar àquele tempo mágico. A cidade passara por algumas restrições, mas é pelo bem desses homens e mulheres que tanto nos inspiram - afirmou o prefeito. 

Uma das mais aguardadas para a cerimônia, a velocista Terezinha Guilhermina não participou do evento. Campeã nos 200m dos Jogos de Pequim 2008 e nos 100m e 200m de Londres 2012 pela categoria T11 (cego total), a atleta foi orientada pelo CPB a não comparecer ao revezamento e se concentrar para a estreia. Aos 37 anos, Terezinha é um dos principais nomes do esporte brasileiro e vem determinada a defender os seus títulos contra a ameaça da chinesa Liu Cuiqing.

Globo Esporte

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