Futsal quer selo de ‘esporte genuinamente brasileiro’ por verba federal

(Foto: Reprodução/UOL Esporte)


O futsal quer receber dinheiro da Lei Agnelo-Piva, aquela que reverte verba das loterias para os esportes olímpicos e paraolímpicos.

E o problema é esse. Como o futsal não consta da agenda olímpica, não ganha o dinheiro que é destinado às confederações via COB (Comitê Olímpico do Brasil).

Por alteração na lei, na semana passada representantes da Confederação Brasileira de Futsal, de clubes, e Falcão, o craque da modalidade na atualidade, foram até Brasília se encontrar com políticos. Foi criada uma Frente Parlamentar, que vai discutir o que pode ser feito por mais investimentos.

A cereja nesse bolo, claro, é ser incluído no rateio da Lei Agnelo-Piva. A estimativa é que o futsal receberia cerca de R$ 3 milhões anuais por meio da lei – atletismo e desportos aquáticos, por exemplo, receberam R$ 4,5 milhões em 2016.

A lei, de 2001, prevê 2,7% da arrecadação bruta das loterias, em sua maior parte, para os esportes olímpicos e paraolímpicos. A ideia é que seja incluído um terceiro grupo de modalidades a receber o dinheiro: aquelas genuinamente brasileiras, nascidas por aqui, a qual o futsal seria incluído.

“O dinheiro continuaria sendo gerido pelo COB, que feria o repasse para a confederação de futsal. Temos hoje vários torneios, campeonato feminino, mas não há por exemplo apoio estatal ao futsal, como tem para outros esportes, como o vôlei. Hoje o futsal arrecada por ano R$ 1,3 milhão”, disse Fellipe Drommond, que preside o time de Sorocaba e acompanhou dirigentes da confederação na visita a Brasília, na terça (8).

A Frente Parlamentar pretende tentar também a regulamentação da legislação trabalhista para os atletas de futsal, obtendo um imposto único e exclusivo para a categoria. O último estágio é ajudar no lobby para incluir o futsal na Olimpíada.

“O futsal já estará na Olimpíada da Juventude, em 2018, em Buenos Aires. Só falta a Olimpíada. Por isso a importância de ter essa verba”, afirmou Drommond.

Apesar de a CBF ser a responsável pelo futsal no Brasil, como exige a Fifa, que abraçou o esporte nos anos 90, a confederação do futebol cedeu a gestão para a Confederação Brasileira de Futsal.

Em setembro, o Brasil foi eliminado nas oitavas de final do Mundial da Colômbia, perdendo nos pênaltis para o Irã. Foi a pior campanha da história do país.

“Se tivesse ganhado, talvez parecesse que está tudo bem. Não está. Temos que atrair mais investimentos, em um esporte que é genuinamente brasileiro e que é praticado por boa parte da população”, disse Drommond.

UOL Esporte

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