Ponto de Opinião: Nova Copa do Mundo divide opiniões e pode dissolver ‘panelinhas’

(Foto: Reprodução)

Por Nicholas Araujo


O presidente da Fifa, Gianni Infantino, disse em entrevista nesta semana que a partir da Copa do Mundo de 2026, a competição terá a participação de 48 seleções divididos em 16 grupos de três seleções cada. A medida, claro, abriu precedentes para críticas de presidentes de clubes europeus e mandatários de federações de futebol.


Personalidades como o técnico Pep Guardiola, do Manchester City, e Joachim Löw, técnico da Alemanha, criticaram o novo formato. A preocupação é que caia o nível técnico do torneio com a entrada de mais equipes. Infantino rebateu as críticas explicando que o novo formato dará a chance de novas seleções terem a possibilidade de jogar uma Copa do Mundo.

"Eles [a Alemanha] se qualificariam mesmo que tivessem apenas dois lugares. São campeões do mundo, times top, seja qual for o formato eles estarão lá. Mas para outros países será a chance de participar. Essa é a razão pela qual eles foram tão críticos. Mas eles têm vários jogadores [estrangeiros] na Bundesliga que terão a oportunidade de jogar a Copa uma vez na vida", completou.

O formato tem seus prós e contras, mas aumentar a Copa do Mundo pode trazer uma maior visibilidade para o futebol em locais que o esporte não é tão popular (sim, existem esses lugares). No entanto, o formato dos grupos e como a Copa se desenrolará tem que ser algo bem pensado, ou a emoção dos jogos se perderá e não teremos a mesma Copa do Mundo que atrai milhares de pessoas aos estádios.

Por outro lado, essa abertura para mais seleções pode diminuir o que chamamos de 'panelinhas' no futebol mundial. No que se diz respeito a campeões, a Copa nunca saiu do eixo Europa-América do Sul, e este aumento 'preocupa'  a manutenção dessa hegemonia, pelo menos por parte de dirigentes e treinadores.

A discussão é que Infantino aumentou a Copa para arrecadar mais com os jogos e consolidar suas ligações políticas dentro da Fifa. Não precisamos ir longe para mostrar que o futebol brasileiro também é gerido pela política da boa vizinhança. No fim, tudo acontece para agradar a todos. 

Veremos os próximos capítulos.

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