Com críticas ao juiz, Micale não joga a toalha pelo título, mas foca no Mundial

(Foto: EFE)


Dois jogadores expulsos, uma virada, e o sonho de trazer de volta o título do Sul-Americano Sub-20, que não vem desde 2011, virou um objetivo distante. De forma mais mensurável, são cinco pontos de nove ainda em disputa. Essa foi a diferença que o Uruguai abriu em relação ao Brasil com a vitória desta quinta por 2 a 1 em Quito – com direito a gol no último minuto de jogo (assista aos melhores momentos acima). Com poucas chances de buscar a taça, o técnico Rogério Micale, que se mostrou inconformado com a escolha do árbitro argentino Dario Herrera para apitar a partida, não quis jogar a toalha, mas deixou bem claro que o enfoque agora deve ser buscar uma das quatro vagas para o Mundial da Coreia, em maio.


- Vamos nos focar na classificação e acompanhar o Uruguai. É uma questão matemática. Vamos depender dos tropeços do Uruguai. Eles abriram cinco pontos, mas está tudo muito equilibrado. Vamos buscar jogo a jogo e precisamos aumentar a pontuação. Se vermos a possibilidade de brigar pelo título, vamos brigar. É um hexagonal com mais três jogos, e a equipe que mais pontuar leva. Então, todo jogo é uma final. A margem para um time ser campeão é de 10 pontos. Ainda podemos chegar lá. Vamos passo a passo, mas daremos um enfoque na classificação, que é um objetivo nosso – disse o técnico campeão olímpico, após a derrota desta quinta-feira.

Assim como na rodada anterior, no empate com o Equador, o Brasil saiu na frente, deu a impressão de que levaria a vitória na saída para o intervalo, mas viu o adversário reagir na segunda etapa. Desta vez, com o agravante de que teve seus dois adversários expulsos e a consequente virada uruguaia. Mas Micale encarou essa oscilação como natural quando se trabalha com jogadores entre 18 e 20 anos.

 - Eu acho que estamos trabalhando com jovens que oscilam. Estão bem na partida e deixam de matar o jogo. Depois, sofrem o gol quando o adversário não apresenta perigo e isso gera um nervosismo, um descontrole. Na partida desta quinta, as expulsões atrapalharam e ainda tomamos um gol no último minuto.

Se não quis cobrar publicamente dos jogadores, Micale gastou toda a sua munição contra a escolha do árbitro argentino Dario Herrera. E o critério utilizado pelo argentino foi bastante questionado pelo treinador brasileiro.

- Na verdade, tenho que tirar o peso dos jogadores. Tivemos boas chances e infelizmente não conseguimos. Acho que houve uma infelicidade, vamos dizer assim. Não vi as expulsões. Mas acho que o árbitro não adotou o mesmo critério. Teve um pênalti no Richarlison e acho que o árbitro foi muito rigoroso com o Brasil. É uma pena que um argentino, cuja seleção de seu país ainda está participando da competição, tenha um dia tão infeliz. 

As críticas de Micale ao árbitro argentino não pararam por aí – e sobrou até para a tabela da Conmebol, que colocou os quatro primeiros jogos do Brasil em um intervalo de oito dias, enfrentando sempre adversários que vinham de folga na rodada anterior.

- Acho que o melhor critério seria escolher alguém que não tenha nenhum tipo de interesse. A situação foi estranha para a gente. Não vou falar da expulsão para não criar injustiça. Mas os amarelos foram muito estranhos. Então, se ele errou... questiono o critério. Não entendi essa última falta do Lyanco. Ele mandou seguir o jogo naturalmente e vinha com ar sarcástico para cima de mim. Acho que (um juiz argentino) não poderia apitar. Tem um monte de coisa que tem que ser revista nessa competição. Desde a tabela lá atrás. Hoje foi o Brasil, mas amanhã será outro. Toda competição terá um país prejudicado – completou Micale.

Agora, desfalcado de sua dupla de zaga titular nesta quinta, o Brasil de Micale encara no domingo a Venezuela, que venceu o anfitrião Equador por 4 a 2 nesta segunda rodada. Com mais três partidas pela frente, o confronto será decisivo na briga por uma das vagas no Mundial.

Globo Esporte

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