Crossfit e treino funcional: especialistas esclarecem os benefícios e riscos das modalidades

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Movimentos lúdicos de brincadeiras comuns na infância, como subir e descer caixas ou pular corda, foram adaptados e inseridos na prática de atividades físicas comuns em academias. A familiaridade dos movimentos rápidos e intensos estão presentes, principalmente, na rotina de praticantes de crossfit e treino funcional.


Crossfit x Funcional

De acordo com o educador físico Iran Nakamura, da Bodytech Lago Sul, o crossfit é baseado em movimentos funcionais feitos em alta intensidade, constantemente variados. “O crossfit é um método de treinamento criado por Greg Glassman, que sistematizou o programa, e o baseou em movimentos funcionais, feitos em alta intensidade, constantemente variados", explica. Nesta prática estão exercícios como levantamento de peso e ginástica olímpica. Uma aula de crossfit garante um gasto médio de 450 a 750 calorias.

"Já o treinamento funcional mescla diferentes capacidades, e beneficia o corpo com mais resistência muscular, flexibilidade, potência e agilidade, por exemplo", descreve Iran.

Apesar de ambas prezarem pelo alto gasto calórico e manterem um dinamismo semelhante, de acordo com o professor não existe idade específica para iniciar quaisquer das atividades, desde que a capacidade individual de cada um seja considerada. "O que deve-se respeitar é a individualidade do aluno. No caso de crianças deve-se observar a fase de desenvolvimento motor a qual ela esteja e adaptar os exercícios a isso", ressalta.

Para praticar o crossfit e o treino funcional não existe impedimento de idade, porém é de extrema importância regular a intensidade desse treino, principalmente com o público infantil, como complementa o ortopedista Alexandre Paniago, da Arthros Ortopedia. “Deve-se observar a capacidade de realização dos movimentos e sustentação de cargas ao limite da criança, já que treinos excessivamente exagerados podem interferir no crescimento e provocar, inclusive, um remodelamento cardiovascular, hormonal e muscular indevidos nas crianças”, explica o médico.

Quando o público adulto entra em questão, um dos erros mais frequentes entre os praticantes destas atividades, que pode vir a causar sérias lesões, é o exagero na carga utilizada, como enfatiza o educador físico Iran. “Iniciantes ou avançados devem seguir o programa de progressões de cargas, conforme orientação. Os métodos de treinamento de força consistem em programas sequenciados onde se trabalha com progressões a longo prazo”, conclui o profissional.

O ortopedista Alexandre Paniago, que é especialista em ombro e membro da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia, cita um exemplo de situação comum no consultório entre praticantes que executam as atividades de forma incorreta. “Dentro da minha área de especialidade, observo que o mais comum são pequenas lesões no ombro, que causam instabilidade. Isso porque o ombro é uma articulação instável que não foi feita para suportar grandes cargas de peso”, explica.

Para evitar qualquer episódio de fratura ou lesão é importante avaliar a estrutura do atleta, restrições capsulares, atrofias musculares e se já existe um preparo físico adequado para arriscar exercícios mais intensos. "O problema não está na prática de esportes, ele está todo no exagero, no exercício feito inadequadamente, na falta de conhecimento do próprio corpo e no desespero em busca de resultados estéticos", diagnostica o ortopedista.

A prática de crossfit e do treino funcional pode trazer inúmeros benefícios, desde que os limites do corpo sejam respeitados. Para tal, é indispensável a supervisão profissional durante a realização das atividades.

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