Presidente reeleito não teme queda de verbas: "Trabalho com o que tiver"

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No último sábado, Mauro José da Silva foi reeleito presidente da Confederação Brasileira de Boxe (CBBOXE), em assembleia realizada em Macapá (AP), e será o mandatário da entidade no ciclo olímpico 2017/20. Na contramão da maioria dos dirigentes das modalidades olímpicas, que estão com medo da queda de investimentos para 2017, o presidente afirma que vai seguir o trabalho da mesma forma dos outros anos:


- Não me preocupo com essas coisas (queda de investimentos), trabalho com que tiver. Ser gestor é isso. Com o que eu tenho nós vamos trabalhar. Se tiver um milhão de reais, trabalhamos com um milhão. Se for com dez, trabalhamos com dez. Acredito que deve vir uma coisa boa pela frente, vamos esperar - disse.

Nos últimos anos, a CBBOXE ganhou apoio da Petrobrás e da lei Agnelo Piva, que destina 1,7% das loterias federais para o esporte olímpico. Para 2017, a modalidade receberá R$ 3, 264 mi do Comitê Olímpico do Brasil, montante 18% menor que ano passado. O contrato com a Petrobrás ainda não foi renovado, mas Mauro acredita que isso ainda possa acontecer nos próximos meses.

Há quase uma década no poder, Mauro usa os resultados para provar seu valor no cargo. No período, o boxe conquistou quatro medalhas olímpicas (uma em 2016 e três em 2012), além de ter ido ao pódio nos Campeonatos Mundiais de 2010, 2011, 2013, 2014 e 2015. Segundo o dirigente, o time deve se renovar muito este ano:

- Vários deles (que estavam na Rio 2016) já cumpriram seu ciclo olímpico, então o percentual de renovação será grande, isso é natural. Tem atletas que já cumpriram e já não vão retornar. Em breve, vamos anunciar a equipe. A comissão continua a mesma, tenho que continuar com a equipe técnica que é, indiscutivelmente, a melhor que existe no Brasil. Não tem sentido trocar - disse, se referindo aos técnicos João Soares e Claudio Aires.

Campeão olímpico, Robson Conceição se profissionalisou no fim do ano passado, e já está focado em conquistar o cinturão, mesmo caminho seguido por Yamaguchi Falcão em 2013 e Esquiva Falcão em 2014. Por isso, não poderão fazer parte da seleção no ciclo olímpico até 2020.

A principal crítica sofrida por Mauro nos últimos anos foi a centralização da seleção nacional em São Paulo. Desde 2009, os principais boxeadores do país, muitos deles da Bahia, Pará e Espírito Santo, são obrigados a treinar na capital paulista. Os medalhistas olímpicos Robson Conceição e Adriana Silva, por exemplo, nunca esconderam a vontade de ficar treinado na Bahia a maior parte do tempo. O presidente reeleito, porém, segue a mesma linha dos outros anos:

- Muito simples. O atleta não é obrigado a vir treinar em São Paulo. Se reclamar, ele não vem e aí não faz parte da seleção. Não tem problema. O atleta tem que entender que não funciona ficar treinando no seu próprio quintal. Nem exame médico eles faziam. Aqui a gente tem uma equipe médica dando suporte. Alto rendimento não dá para deixar solto - explicou.

A equipe nacional não se reúne desde o fim da Olimpíada, em agosto do ano passado. A comissão técnica fará uma reunião nesta semana para divulgar os nomes dos convocados para a equipe em 2017. A principal competição do ano é o Campeonato Mundial, em setembro, na Alemanha.

Globo Esporte

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