Ponto de Opinião: Futebol feminino longe de seu ideal com adequações ‘padrão CBF’

(Foto: Pedro Ernesto Guerra Azevedo/Santos FC)

Por Nicholas Araujo
Redação Blog do Esporte


A passos bem curtos, o futebol feminino brasileiro começa a ganhar espaço em um cenário dominado pelas grandes torcidas que cobram dos seus times masculinos resultados expressivos e pelo mercado valioso (e invejoso) que o futebol proporciona para quem trabalha com ele. Mesmo após a defesa da jogadora Martha no final da Rio 2016, quando disse que o futebol feminino precisava de prestígio, as mudanças não ocorreram com uma certa velocidade.

Em 2017, a CBF resolveu mudar a disputa do Campeonato Brasileiro Feminino, que não era tão levado a sério quanto a Copa do Brasil Feminina. Com a Copa cancelada, as equipes agora terão ao menos seis meses de futebol rolando e entrarão em campo em pelos 14 jogos. No entanto, isso está longe de ser o ideal, pois mesmo com as mudanças e exigências da Conmebol, o futebol feminino está parecido com uma colcha de retalhos.

Tradicionais equipes como Flamengo, Palmeiras, Atlético-MG e Botafogo, que, teoricamente, teriam que ter equipes no futebol feminino por exigência da Conmebol, não participação do Brasileiro este ano. O Corinthians manteve a parceria com o Audax, além de uma equipe própria, enquanto o Grêmio será defendido por uma espécie de seleção do Rio Grande do Sul. Ao mesmo tempo que não espanta, é difícil acreditar que o futebol feminino é tão desvalorizado e tão amador a esse ponto.

O futebol feminino ainda não nasceu por completo no Brasil, pois são poucas as meninas que ficam muito tempo no país. Boa parte, como Martha e Formiga, acabam indo para a Europa, por exemplo, onde a modalidade é bem mais rentável e melhor distribuída. Por aqui, a coisa precisa melhorar muito.

O Campeonato Brasileiro Feminino é uma luz que nasce nesse novo caminho, mas de uma trilha que não sabemos para onde vai. Por outro lado, essas mudanças podem ser significativas para atrair interessados em proporcionar um espetáculo maior da modalidade no Brasil. O jeito é ver como as coisas fluem e se realmente o Brasileiro veio para ficar.

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