Principal contratação, Conca sequer joga Libertadores e expõe carência do Fla

(Foto: Gilvan de Souza/Flamengo)


Com direito a contagem regressiva nas redes sociais, o Flamengo anunciou no segundo dia do ano a chegada daquele que seria o reforço mais expressivo da temporada: Dario Conca. Com referência em uma foto antiga do argentino ao lado de Guerrero e o personagem Mickey, da Disney, a brincadeira #sófaltaomickey viralizou na internet. O jogador era tratado como um trunfo para o decorrer da Libertadores quando pudesse estrear - algo que sequer aconteceu.

Também sempre houve muita expectativa para ter Diego e Conca juntos. Que o argentino vinha de lesão e demoraria para jogar era sabido, mas o imponderável acabou sendo a cirurgia do camisa 35, que machucou o joelho na terceira rodada da fase de grupos da Libertadores. Sem a referência nos últimos momentos cruciais, o que acabou faltando foi um reserva que mantivesse o nível.

A previsão inicial para o retorno de Conca já era o meio do ano, mas a perda de Diego expôs a falta de peças de reposição à altura no Flamengo. As opções foram Mancuello, Gabriel, Matheus Savio e até Trauco, improvisado. Boas atuações no setor foram alcançadas apenas em alguns jogos. O time comandado por Zé Ricardo acabou perdendo força e foi eliminado precocemente na Libertadores para o San Lorenzo, na última quarta-feira, fora de casa, sem que o argentino tenha atuado sequer um minuto.

Assim como era de conhecimento geral que Conca não faria parte do plantel no começo do ano, o calendário previa que o período entre abril e maio seria decisivo. Com a demora para a volta de Ederson, o Flamengo viu um setor importante do seu time enfraquecido, e o técnico Zé Ricardo teve que fazer apostas e até improvisar. Mancuello, que custou R$12 milhões aos cofres do clube em 2016, perdeu espaço e sequer foi relacionado para o jogo em Buenos Aires. Opção para a posição no ano passado, Alan Patrick teve que voltar de empréstimo para a Ucrânia.

Como Renê foi bem durante o Campeonato Carioca, Trauco passou a ser uma opção no setor de criação. Quando a equipe mais precisou, porém, diante do San Lorenzo, as opções não deram conta do recado. Zé Ricardo optou por Gabriel como o armador, mas ele foi mal. Ederson estava no banco e não entrou. Matheus Savio foi a opção escolhida.

Desde o fim do Brasileirão de 2016, a principal procura do Flamengo no mercado era por um atacante de ponta. Do plantel que tinha, perdeu Fernandinho - que retornou de empréstimo para o Grêmio. Alguns nomes foram tentados pela diretoria, como Vitinho e Marinho. Sem êxito, a opção acabou sendo a aposta no colombiano Berrío. Por ele, foram desembolados R$11 milhões. Não encaixou e fica a imagem da atuação apática diante do San Lorenzo no vexame desta quarta-feira.

''O perfume do Flamengo é francês, da melhor qualidade e o cheirinho continua firme e forte'', dizia o ex-vice de futebol do clube, Flavio Godinho, no fim da temporada passada, ao ser questionado da força do elenco para 2017. O que se esperava e se vendia no discurso era um Rubro-Negro mais forte no principal objetivo, que era a Libertadores. A expectativa foi proporcional ao tamanho do balde de água fria despejado na torcida rubro-negra com a eliminação na fase de grupos.

Os outros reforços da diretoria na temporada foram: Rômulo (quase sempre atuou como titular, mas sofreu com lesões no semestre), Trauco (a aposta que melhor funcionou ) e Renê (veio ser reserva de Trauco e entrou bem no time quando o peruano precisou ser deslocado para o meio).

O Flamengo ainda tem pela frente competições como Brasileirão, a Copa do Brasil e também a Copa Sul-Americana (prêmio de consolação pelo terceiro lugar no grupo da Libertadores). O clube ainda participa da Copa da Primeira Liga. Há expectativa de reforços, como a chegada de Everton Ribeiro.

Globo Esporte

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