Federação de Ciclismo do Rio minimiza danos no Velódromo: "Sem abalos sérios"

(Foto: Reprodução)


O incêndio que danificou parte do Velódromo do Parque Olímpico da Barra da Tijuca, no último fim de semana, ainda não teve seus prejuízos oficialmente avaliados. Mas há quem considere o cenário menos preocupante do que as imagens sugerem. Essa é a visão do presidente da Federação de Ciclismo do Rio (Fecierj), Rodrigo Rocha. Desde maio, a entidade vem utilizando o local ao menos três vezes por semana, em treinos e escolinhas às terças, quintas e sábados, que ao todo reúne cerca de 100 pessoas. A entidade também tem uma sala dentro do equipamento com 60 bicicletas profissionais e outras 20 utilizadas em escolinhas. Rocha acompanhou o trabalho dos bombeiros na madrugada de sábado para domingo.


- Fiquei triste e angustiado na hora do incêndio. Mas não tivemos nenhum abalo sério. Só no telhado, que poderá ser corrigido com manta Epox. A parte interna já foi limpa. Acredito que em um curto espaço de tempo já esteja pronto. A parte suja é do material hipermeabilizante que desceu com a água dos bombeiros. A pista está perfeita. Não deu tempo para comprometê-la. Como ela tem 45 graus a água desceu para a parte plana - explicou Rodrigo.

Após o incêndio, a Defesa Civil isolou parte do Velódromo e informou que a "região comprometida pelo fogo permanecerá parcialmente interditada até que sejam realizados serviços de recuperação. A empresa responsável pelo Velódromo vai providenciar esses reparos".

A empresa alemã Schurmann, que montou a pista de pinho siberiano, deixou no Rio um carpinteiro treinado para eventuais problemas na estrutura e vem orientando a AGLO, Agência de Governança do Legado Olímpico, na limpeza. A temperatura da arena, que precisa ser mantida entre 18º e 26º C por causa da pista, não será comprometida. Segundo Rodrigo o incêndio não causou buracos no teto - as telhas de metal estão intactas. Se chover será preciso cobrir a pista, pois a água passará pelos microfuros das telhas.

Se a Fecierj está otimista quanto à liberação do Velódromo, outra federação lamenta o episódio. Segundo a coluna Gente Boa, do jornal O Globo, o Campeonato Brasileiro de Ginástica Artística terá de mudar de lugar por conta dos danos causados pelo incêndio. O evento aconteceria em outubro no Velódromo.

- É triste, os atletas estavam animados em competir naquela estrutura linda, com ar-condicionado e som perfeitos. Pena que foi tão pouco utilizada - afirmou à coluna o presidente da Federação de Ginástica do Rio, Bruno Chateaubriand.

O Velódromo olímpico custou R$ 143 milhões, com recurso do governo federal e execução da Prefeitura. A instalação é considerada a pista de ciclismo mais rápida do mundo, onde 33 recordes mundiais foram quebrados na Olimpíada do Rio.

Também foi a arena olímpica que mais demorou a ficar pronta. A Tecnosolo, empreiteira que começou a construção, teve problemas financeiros e não conseguiu concluir a obra, finalizada às pressas pela Engetécnica. Por conta do atraso não houve tempo para um evento-teste antes dos Jogos.

O Ministério do Esporte, que assumiu o equipamento após os Jogos, aguarda o resultado da perícia para comunicar oficialmente os danos. A pista depende do funcionamento 24h por dia do sistema de ar-condicionado e custa R$ 11 milhões ao ano com despesas como a refrigeração e limpeza.

A primeira perícia feita pela Polícia Civil apontou uma causa externa para o incêndio. Na madrugada da ocorrência, o ministro do Esporte, Leonardo Picciani, divulgou foto de diversos balões caídos dentro do Parque Olímpico. Um destes artefatos seria o causador do incêndio.

Globo Esporte

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