Emplacou? Sul-Americana tem média de público maior que Série A e Copa do Brasil

 (Foto: André Durão)


Sabe aquela competição que a princípio surge sem chamar a atenção dos torcedores por só aumentar o número de jogos, desgastando as equipes, e que para os clubes só é vantajosa em termos de premiação? Assim aconteceu com a Copa Sul-Americana. Criado em 2002, o torneio é considerado uma versão mais atualizada da Copa Conmebol, realizada entre 1992 e 1999. No entanto, nem mesmo o fato de o campeão garantir vaga na Recopa Sul-Americana contra o vencedor da Taça Libertadores era suficiente para despertar o interesse dos times. Prova disso é que os brasileiros ficaram fora da primeira edição.

Além do conflito com outras competições por conta do inchaço no calendário, o critério de classificação baseado até 2004 no Ranking de Clubes da Conmebol e não nos resultados em campo obtidos na temporada anterior também contribuiu para o esvaziamento da Sul-Americana. No ano seguinte, o desempenho nas competições nacionais passou a ser a única forma de acesso. Ainda assim, muitos clubes escalavam times reservas ou alternativos até chegarem nas fases finais ou quando a Sul-Americana passasse a ser única chance real de título no ano.

Tal cenário começou a mudar a partir de 2010, quando a Conmebol deu mais uma vaga na Libertadores para o campeão da Sul-Americana. Desde então, os clubes passaram ver o torneio com outros olhos, pois além da premiação e projeção internacional, as equipes têm mais uma chance de disputar a mais importante competição do continente.

O principal reflexo tem sido o maior comparecimento do público aos estádios. Tanto que na atual edição da Sul-Americana, os torcedores dos times brasileiros estão indo em bom número aos jogos (média de 16.463 pagantes por partida), ficando atrás apenas da Libertadores, que apresenta média de 27.191 espectadores. O confronto de maior público foi Fluminense 1 x 0 LDU, no Maracanã, pelo duelo de ida das oitavas (42.270). Este número é ainda mais significativo se levarmos em conta que está à frente do Brasileirão (15.751) e da Copa do Brasil (10.218), as duas principais competições do futebol brasileiro.

A explicação pode estar no fato de que a partir deste ano os clubes eliminados na fase de grupos da Liberta garantem vaga direta na segunda fase do torneio. Para se ter uma ideia, no ano passado a Sul-Americana obteve a quarta maior média de público dentre todos os campeonatos do calendário nacional, com 8.994 pagantes por jogo.

Em 2015, os torcedores dos oito clubes brasileiros que participaram da competição (Atlético-PR, Bahia, Brasília, Chapecoense, Goiás, Joinville, Ponte Preta e Sport ) não se empolgaram para lotar seus respectivos estádios. Sendo assim, a média da Copa Sul-Americana ficou apenas na sétima posição em comparação com as outras competições disputadas no Brasil, registrando apenas 6.362 pagantes por jogo. Na ocasião, o maior público envolvendo times brasileiros foi na partida de volta das quartas de final entre Chapecoense x River Plate, quando somente 12.144 pagantes compareceram na Arena Condá.

Em compensação, na edição de 2014 a média foi de 10.851 torcedores por partida, terceira melhor se levarmos em consideração todos os campeonatos. Vale lembrar que não estão contabilizados na lista as competições em que a final é a única fase disputada, seja em jogo único, caso da Copa Suruga, ou em partidas de ida e volta, como na Recopa Sul-Americana.

Além de garantir presença na Libertadores do ano que vem, o campeão da Sul-Americana assegura o seu lugar na Recopa, na Copa Suruga Bank, no Japão, e na Supercopa Euroamericana contra o vencedor da Liga Europa. Mas não vai poder defender o seu título na competição em 2018, a não ser que sua classificação se dê pelo resultado de sua participação na Taça Libertadores.

Globo Esporte

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