Fórmula 1 chega a Cingapura com competição aberta e indecisões sobre Honda e McLaren

(Foto: Getty Images)

Por Nicholas Araujo
Redação Blog do Esporte


A Fórmula 1 está vivendo nos últimos meses uma grande incógnita entre McLaren e Honda. Isto porque os chefes da escuderia estão insatisfeitos com os motores fornecidos pela empresa japonesa, que causam dor de cabeça desde 2015, quando a montadora retornou para a modalidade automobilística.

As reclamações começaram com Fernando Alonso, que em boa parte das corridas reclamou da baixa unidade motriz (PU) fornecida pela Honda. Ao lado de Zak Brown, diretor executivo do Grupo McLaren, e Eric Boullier, diretor esportivo, o piloto espanhol espera mudanças no carro, que pode contar com a fim do acordo entre a equipe e a Honda.

Com isso, Brown foi atrás de novos fornecedores da PU, mas recebeu não de Mercedes e Ferrari. Fez contato com a Renault, que em Monza, conversou com os jornalistas sobre a possível parceria. “Podemos fornecer nosso motor (PU) para a Toro Rosso ou a McLaren. Para as duas é impossível”. A Renault tem sua própria escuderia e trabalha com a Red Bull Racing (RBR) e a Toro Rosso (STR).

No entanto, tanto a FIA, presidida por Jean, Todt, e a FOM (Formula One Management), dirigida por Ross Brawn, entraram na discussão a fim de manter a Honda na F1. Os japoneses investem pesado no projeto da McLaren, no quesito de fornecimento de PU, que gera uma economia de 20 milhões de euros (R$ 78 milhões), além de depositar cerca de 70 milhões de euros (R$ 270 milhões) como contribuição no orçamento.

As negociações foram intensas em agosto, e surgiu a possibilidade do PU Honda ir para a STR. O diretor da RBR, Christian Horner, e o representante do dono da Red Bull, Helmut Marko, exigiram as mesmas condições da McLaren: PU de graça e investimento dos 70 milhões por ano. O diretor esportivo da Honda, Masashi Yamamoto, encerrou as negociações e disse, no Circuito Spa-Francorchamps, na Bélgica, que não se associaria a STR.

Dinheiro e investimento

Com a parceria McLaren-Honda perto de acabar, a nova parceria McLaren-Renault estaria mais perto de acontecer, mesmo com a perda de 275 milhões de libras que a McLaren terá com o término com a Honda, entre investimentos e patrocínios. A solução seria buscar novos patrocinadores e continuar a lucrar 550 milhões de euros, por exemplo, que foi o faturamento do Grupo em 2016.

Com o impasse da Renault com a McLaren e STR, o mercado da Fórmula 1 cria uma expectativa para que a Honda não abandone a categoria ou não se sinta excluída pelos diretores. Há quem diga internamente que os acordos estão firmados, mesmo que não esteja nada sacramentado.

Alonso e sua briga por melhores posições na F1 (Foto: Reprodução/Twitter)

Sainz e Alonso

O reflexo disso veio nos pilotos. Carlos Sainz Júnior, de 23 anos, entrou na negociação, já que a Honda pagou a liberação do piloto, estimada em 15 milhões de euros.

O negócio ajudaria a associação de Honda e STR, já que a vaga seria ocupada possivelmente pelo japonês Nobuharo Matsushita, de 23 anos, sexto colocado na F2, e que venceu a prova de domingo em Barcelona e em Silverstone. Mesmo com o valor elevado da contribuição e longe dos 70 milhões de euros investidos na McLaren, internamente, de acordo com apuração do site Globo Esporte, este foi o modelo seguido nas negociações.

Ainda na McLaren, o que se conversa é sobre o futuro de Fernando Alonso. A Williams tem uma proposta para o piloto, mas o salário seria inferior ao que ele ganha hoje na McLaren. A Fórmula Indy o atrai onde, em 2017, Alonso foi assistido pela equipe de Michael Andretti nas 500 Milhas de Indianápolis. Entretanto, o valor investido pela Andretti seria de no máximo 6 milhões de euros (R$ 23 milhões) em sua conta bancária, mais prêmios por conquistas. Seria fácil para Alonso deixar a F1 e ir para a Indy?

De acordo com a reportagem do Globo Esporte, Alonso vê com bons olhos a parceria McLaren-Renault e a tendência é que o espanhol fique na escuderia, uma vez ratificado o fornecimento a PU Renault.

Futuro

O que vemos ainda para 2018 é uma incógnita. Caso Sainz sairia para a Renault e o piloto reserva Pierre Gasly assumiria o lugar,  mesmo não sendo visto com bons olhos pela STR, como deixou escapar Marko em uma entrevista. Nem mesmo Danill Kvyat seria um bom nome para liderar a equipe, mesmo com sua ampla experiência.

Em relação ao GP de Cingapura, onde vários anúncios são esperados, os treinos livres começam sexta-feira (15) às 5h30, horário de Brasília.

(Foto: Getty Images)

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