Em adeus, Lugano se diz eternamente grato ao São Paulo: "Clube da minha vida"

(Foto: Marcos Ribolli)


Lugano se despediu do São Paulo após o empate por 1 a 1 com o Bahia, neste domingo, no Morumbi. Depois do jogo o uruguaio concedeu entrevista ainda no gramado ao repórter André Hernan e falou sobre diversos assuntos.

– O São Paulo é o clube da minha vida, como pessoa, ser humano e profissional. Cheguei à seleção do Uruguai graças ao São Paulo, fiz carreira de 11 anos, fui à Europa e solucionei minha vida econômica graças ao São Paulo. Sou grato eternamente. Como sempre falo para a torcida: obrigado por tanto e perdão por tão pouco.

Jogo final

– Sim, incrível como se escapa a vitória. O jogo estava controlado e em uma bola parada, numa falta desnecessária... nos lamentamos porque poderia ter sido melhor. Acabamos o jogo com quatro ou cinco meninos estreantes. São detalhes que fazem a diferença. Um pouco polêmica a arbitragem mais uma vez. Para ser coerente com o que foi o ano todo. Mas orgulhoso do elenco e de como saiu da situação difícil. Preparando a base para o próximo ano, quando o São Paulo vai voltar a competir por coisas importantes.

Carinho da torcida

– Impossível expressar em palavras a emoção que torcedores, companheiros, funcionários e torcedores me fizeram sentir nesses dias. É um orgulho e uma sensação que nunca havia experimentado na vida. De gratidão e realização... consciência tranquila de ter feito tudo o que poderia fazer no futebol e no São Paulo. E que esse trabalho tenha recolhido frutos principalmente com reconhecimento das pessoas que me rodeiam. Sempre digo que são os mais importantes: os que trabalham no dia a dia, porque sofrem e desfrutam com você. As vezes para fora é um produto irreal, mentiroso, mas os que não mente é o dia a dia. Nesse entorno, nessa intimidade, nesses dias o São Paulo me fez sentir a pessoa mais feliz do mundo. Vou ser sempre grato.

Família

– É um momento de sensações diversas. Por um lado, alegria de terminar uma carreira... ganhando ou perdendo com a correção que na minha casa ensinaram e que tento passar aos meus filhos. Por outro lado, esse gosto que se fecha uma etapa na vida que um dia ia chegar. Chegou hoje. Com uma sensação de tranquilidade imensa no coração, de ter feito tudo o que poderia ter feito como profissional, pessoa, companheiro e rival. Me deu essa sensação.

É um adeus ao gramado ou até logo para voltar ao São Paulo?

– É tão intenso e lindo, diferente e especial o que estou vivendo... para que perder um segundo disso pensando em coisas que já vão vir. Em poucas semanas terei tempo para pensar no futuro. Por enquanto quero desfrutar intensamente, porque é impossível descrever com palavras. Tenho medo de tomar uma decisão apressada e não poder voltar atrás. Preciso de tempo para pensar, para ver se tenho necessidade ou não. Os últimos meses aqui foram tão lindo e intensos que não deu para pensar sobre mim. E nem quis. Queria me dedicar inteiramente ao momento.

Pode continuar sendo jogador?

– Aquela dúvida que trago há alguns meses, de que ainda tenho um azeite por queimar. Mas é o que penso hoje, daqui uns dias vou analisar o que é melhor para mim e para a minha família. Por enquanto satisfação e gratidão ao clube, à torcida e ao Brasil. Tenho 15 anos de identificação com o Brasil, não só São Paulo: Fenerbahçe e Paris rodeado de brasileiros. Tenho uma ligação muito especial. Só gratidão.

Futuro do São Paulo

– Esse ano complicado serviu para que a instituição se reencontrasse. Foi muito complicado, dramático. Cada um assumiu sua postura, sua posição, seus erros, e isso tirou o São Paulo da situação ruim. Isso mostra grandeza na vida de qualquer pessoa. Esse São Paulo não vai ser lembrado como o que quase caiu, mas sim como o ano que o clube começou a se reencontrar, resgatar sua essência. Isso vai ajudar muito nos próximos anos.

Antes da entrevista coletiva que concedeu no Morumbi, Lugano ganhou uma placa de agradecimento e uma camisa enquadrada e autografada por todo o elenco do São Paulo.

Globo Esporte

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