Com novo carro, Mercedes tenta ampliar maior hegemonia da história da Fórmula 1

(Foto: Reprodução)


Desde que a Fórmula 1 entrou na era dos motores híbridos em 2014, a Mercedes virou sinônimo de sucesso absoluto na categoria. E, com o lançamento do novo modelo W09, nesta quinta-feira, a equipe do inglês Lewis Hamilton e do finlandês Valtteri Bottas tenta ampliar a maior hegemonia da história da categoria.

Nas últimas quatro temporadas, a Mercedes conquistou os quatro títulos mundiais de pilotos, três com Hamilton (2014, 2015 e 2017) e um com o alemão Nico Rosberg, que se aposentou logo depois de faturar o caneco de 2016. Entre os construtores, também 100% de aproveitamento para a Mercedes.

A equipe da montadora alemã, mas que tem a fábrica situada em Brackley, na Inglaterra, venceu 63 das 79 corridas, o equivalente a 79,75%. Nos treinos classificatórios, o domínio é ainda mais avassalador: 71 poles em 79 provas, um impressionante aproveitamento de 89,87%. Só Hamilton anotou 41 de suas 72 poles na Fórmula 1 nos últimos anos.

O domínio também é contundente na pontuação. Dos 3.422 pontos em jogo no campeonato de Construtores nos últimos quatro anos (43 pontos por corrida levando-se em conta a soma dos 25 por uma vitória e 18 por um segundo lugar, exceto o GP de Abu Dhabi de 2014, que teve pontuação dobrada), a Mercedes somou 2.862, um incrível aproveitamento de 83,63%. Foram 34 dobradinhas nas últimas 79 corridas (43% de eficiência).

- A Mercedes montou um corpo técnico muito eficiente, sem dúvida, mas principalmente uma parte administrativa perfeita, sob a liderança do Toto Wolff e do Niki Lauda. Aliás, talvez a grande jogada tenha sido justamente do Lauda ao contratar no fim de 2013 o Lewis Hamilton num momento de indecisão dele com a equipe que o havia revelado, a McLaren. Com o talento do Hamilton, o caminho das vitórias ficou pavimentado - opinou o comentarista da Globo/SporTV Reginaldo Leme.

Desde a primeira temporada da história da Fórmula 1, em 1950, diversas equipes dominaram a categoria em temporadas consecutivas. Até hoje, as dinastias mais expressivas foram de McLaren (1988-1991), Williams (1992-1997), Ferrari (2000-2004) e RBR (2010-2013), mas nenhuma com os números da Mercedes nesta década.

Em número de vitórias, a hegemonia mais próxima do que se vê hoje com a equipe alemã foi alcançada pela Ferrari. Com Michael Schumacher e Rubens Barrichello, o time italiano venceu 57 das 85 corridas disputadas entre 2000 e 2004, num aproveitamento de 67%. No período, Schumacher e a Ferrari conquistaram cinco títulos em cinco temporadas.

Em relação aos treinos classificatórios, momento em que os carros alcançam um ritmo mais veloz em busca das melhores posições de largada, a McLaren foi soberana entre 1988 e 1991, anos em que foi tetracampeã de pilotos e construtores. Com Ayrton Senna, Alain Prost e Gerhard Berger, a equipe fez 81% das poles, ainda assim um aproveitamento inferior ao da Mercedes desde 2014.

Mesmo a dominante RBR de Sebastian Vettel no começo da atual década e a fortíssima Williams dos anos 1990 - Nigel Mansell, Alain Prost, Damon Hill e Jacques Villeneuve foram campeões e a equipe levou cinco de seis títulos entre as equipes - não chegam aos pés da Mercedes, que iniciou seu domínio quando os motores aspirados de seis cilindros foram aposentados para a entrada dos propulsores turbo com sistemas de recuperação de energia em 2014.

Mesmo com a evolução das unidades de Ferrari e Renault nos últimos anos, nenhuma equipe foi capaz de bater a Mercedes com seus fortes e confiáveis motores feitos sob medida para seus chassis. De 2014 a 2016, os carros projetados por Paddy Lowe se mostraram muito superiores, e, em 2017, mesmo com a ida do engenheiro para a Williams, o modelo projetado por James Allison ainda levou a Mercedes a mais um título, apesar da ameaça da Ferrari.

Resta saber se em 2018 a hegemonia da Mercedes será apenas ameaçada ou se finalmente alguma outra equipe dará fim ao maior domínio já visto na Fórmula 1.

CARROS APRESENTADOS ATÉ O MOMENTO

Haas - 14 de fevereiro (Online) ✓ 
Williams - 15 de fevereiro (Londres) ✓ 
RBR - 19 de fevereiro (Online)✓ 
Sauber - 20 de fevereiro (Online)✓
Renault - 20 de fevereiro (Online)✓
Mercedes - 22 de fevereiro (Silverstone)✓
Ferrari - 22 de fevereiro (Maranello)✓

Globo Esporte

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