Grupo apresenta à Prefeitura projeto para novo autódromo no Rio de Janeiro

(Foto: Reprodução)


O sonho de um novo autódromo no Rio de Janeiro, enfim, começa a dar sinais de que pode efetivamente se tornar realidade. Um grupo de empresas entregou na tarde desta segunda-feira à Prefeitura um projeto para a construção de um circuito em Deodoro, Zona Oeste da cidade. O complexo seria no mesmo terreno cedido pelo Exército, e que nos últimos anos passou por completa retirada de artefatos bélicos não detonados. A apuração do GloboEsporte.com durou algumas semanas e o site publica, em primeira mão, a informação nesta segunda-feira.


Uma das bases do projeto é de que nenhum centavo para a construção seja oriundo de dinheiro público, mas apenas e tão somente privado. O orçamento inicial do novo autódromo do Rio é de R$ 850 milhões. O plano é de que a nova pista seja de nível 1 tanto da Federação Internacional de Automobilismo (FIA) como da Federação Internacional de Motociclismo, ou seja, com graduação para receber a Fórmula 1 e a MotoGP. A previsão é de que os setores de arquibancada (inclusive naturais) sejam capazes de receber até 80 mil pessoas.

Estão envolvidas no projeto empresas de consultoria (Crown Consulting), gestão esportiva (CSM), e arquitetura (B+ABR Backheuser e Riera), além da Tilke Engineers & Architects, liderada pelo arquiteto alemão Hermann Tilke, responsável pelo projeto de diversos autódromos que compõem o atual calendário da Fórmula 1, como Sochi (Rússia), Yas Marina (Abu Dhabi), Xangai (China), Sakhir (Barein) e Austin (Estados Unidos).

O GloboEsporte.com teve acesso ao projeto, cujo traçado tem 5.386 metros e 20 curvas, com o desenho feito por Hermann Tilke. Segundo estimativas do alemão, as obras poderiam começar no início de 2019 e terminar no terceiro trimestre do ano seguinte. Uma previsão otimista seria de 16 meses de trabalhos. Além da pista, está prevista a construção de um kartódromo.

Novela se arrasta há 14 anos

O antigo Autódromo Nelson Piquet, em Jacarepaguá, foi mutilado em 2004 para a construção do Parque Aquático Maria Lenk e da Arena da Barra, instalações dos jogos Pan-Americanos de 2007. O traçado de cinco quilômetros foi partido, e apenas a parte Sul, com três quilômetros, seguiu disponível para corridas. Mas, em 2012, o autódromo foi definitivamente fechado para obras do Parque Olímpico dos Jogos realizados em 2016.

Desde a mutilação inicial de Jacarepaguá, o então prefeito Eduardo Paes prometeu que um novo autódromo seria construído. Em 2012, o Exército cedeu um terreno para a construção da pista, em Deodoro. No entanto, foram descobertos artefatos bélicos não detonados no local, como armas e munições, e começou um lento processo de retirada dos materiais pelo Exército.

Depois da limpeza total do terreno em Deodoro, houve uma avaliação de uma empresa americana especializada e, enfim, o local foi liberado para utilização. A partir disso, a Prefeitura publicou no Diário Oficial um PMI (Procedimento de Manifestação de Interesse), uma chamada para interessados em apresentar um projeto para o novo autódromo, o que finalmente aconteceu nesta segunda-feira.

Próximos passos

Com o projeto em mãos, a Prefeitura tem agora de 40 a 60 dias para publicar um edital e, dessa forma, esperar interessados numa concorrência. Depois de mais 60 dias, os interessados deverão apresentar suas propostas e, após outros 15 dias, sairá o vencedor da concorrência.

Caberá ao ganhador dessa disputa captar investidores, exatamente de acordo com os parâmetros do projeto, ou seja, sem utilizar dinheiro público.

Globo Esporte

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