Brasil luta, mas perde para a França no tie-break nas finais da Liga das Nações

(Foto: Divulgação)


A seleção brasileira masculina de vôlei brigou, mas começou com o pé esquerdo a fase final da Liga das Nações que ocorre em Lille, na França, em uma arena montada em um estádio de futebol. A equipe foi derrotada pela anfitriã por 3 sets a 2 (com parciais de 25/22, 20/25, 25/21, 22/25 e 13/15), em duas horas e nove minutos. A partida, válida pelo grupo A da fase decisiva, foi uma reedição da final da Liga Mundial do ano passado, disputada em Curitiba e vencida pelos franceses.

O principal pontuador do embate foi o oposto francês Stephen Boyer, com 22. Pelo Brasil, o destaque ofensivo foi o também oposto Wallace, com 20. Com o triunfo no tie-break, os anfitriões somaram 2 pontos, contra 1 dos brasileiros.

- Foi um jogo equilibrado. Foi tudo muito parecido, bloqueios, saques, erros e acertos. Se ganharmos a partida amanhã [nesta quinta] temos boas chances de classificação - afirmou o central Lucão em entrevista ao SporTV.

- A Sérvia erra muito mais do que a França. Se colocarmos o mesmo padrão de hoje [desta quarta], temos boas chances de vitória sobre eles - complementou.

Nesta quinta-feira, a seleção nacional joga contra a Sérvia, a partir das 15h45 (de Brasília), com transmissão do SporTV 2 e informação em tempo real do GloboEsporte.com . A seleção precisa vencer para ter chance de avançar para a semifinal da competição, no próximo sábado.

O primeiro set foi quase perfeito em favor do Brasil, que abriu 8 a 2 com três pontos de contra-ataque provenientes de ótimas ações no bloqueio e na defesa - que geralmente são atributos da seleção francesa. Praticamente todos os ataques dos anfitriões foram amortecidos ou anulados pela base brasileira. Até mesmo o levantador Bruninho obteve um importante bloqueio, que aumentou a vantagem nacional para 10 a 3.

A partir daí, o astro francês Earvin Ngapeth, tido por muitos como melhor jogador do mundo na atualidade, começou a chamar a responsabilidade para tentar diminuir a desvantagem. A liderança brasileira começou a cair, ponto a ponto, e na metade do set o placar indicava 16 a 12 em favor dos visitantes. A reação parou por aí, muito graças à atuação segura do ponta Lucas Lóh, eficiente na recepção e no ataque (com seu quinto ponto no jogo, abriu 20 a 16 para a seleção). As duas equipes rodaram seus ataques até o Brasil fechar em 25 a 22.

A França não deixou que o adversário desgarrasse novamente no segundo set. Mas também não conseguiu abrir uma frente considerável, por mais que a torcida gritasse e a empurrasse. Após o primeiro terço da parcial, o placar apontava 8 a 6 para os anfitriões. A solidez do jogo brasileiro não permitiu que os locais abrissem mais do que três pontos de vantagem. Com um contra-ataque potente, Wallace fez o Brasil encostar (12 a 11). Na metade do set, os franceses tinham o comando por 16 a 14.

Na reta final, porém, Ngapeth mostrou sua faceta mais decisiva - e provocadora. Cada ataque efetuado e convertido era sucedido por uma encarada mais firme contra os jogadores rivais, o que fez Bruninho ter uma altercação com ele na rede. Com um bloqueio justamente do ponta, a França fechou o segundo set: 25 a 20.

O Brasil teve cinco derrotas na fase de classificação, para a própria França, Itália, Canadá, Bulgária e Argentina. E, no início do terceiro set, voltou a mostrar os problemas que surgiram nas derrotas. Os donos da casa rapidamente abriram 3 a 0 e deram a impressão de que iriam deslanchar. Mas uma alteração feita pelo técnico Renan Dal Zotto caiu como uma luva para a seleção. Ele pôs Maurício Souza no time titular, no lugar de Isac, e a troca surtiu efeito. Em dado momento, o Brasil tinha 12 a 10 de vantagem e, mais do que isso, uma consistência primorosa.

Com isso, a diferença aumentou para os atuais campeões olímpicos (16 a 12). Quando o marcador apontava 22 a 20 para o Brasil, um susto. O ponta Maurício Borges sofreu uma torção no joelho direito e teve de sair de quadra carregado. Em seu lugar entrou Douglas Santos, e o nível se manteve. Com um erro de recepção de Ngapeth em saque de Maurício Souza, a seleção fechou a parcial em 25 a 21.

Maurício Borges torce o joelho e deixa a partida para receber atendimento - 3º set - 20/22
O quarto set começou sem dono. Brasileiros e franceses viraram seus ataques até 4 a 4, e qualquer tentativa dos mandantes de desgarrar era contida pelos visitantes. Um respiro para a torcida em Lille só veio após dois erros de Wallace, que fez com que os locais abrissem 13 a 9. Como antídoto, Renan pôs o levantador William e o oposto Evandro, e o duo liderou a reação. Com um bloqueio improvável sobre Ngapeth, William empatou o marcador em 16 a 16. Faltava pouco.

Mas, na reta final, a França cresceu, liderada pelo oposto Boyer, um dos principais pontuadores do jogo, e grata aos muitos erros de saque e ataque do oponente. Uma falha de Éder no saque determinou o placar: 25 a 22 e definição no tie-break.

O equilíbrio deu o tom da parcial decisiva. Os dois times se alternaram na liderança até o 6 a 6, quando os franceses abriram no marcador uma vantagem que se provou definitiva. O ponto final foi marcado por Le Goff, em jogada de rede (veja vídeo abaixo).

Na preliminar da partida entre Brasil e França, a Rússia bateu a Polônia por 3 sets a 1 (25/18, 25/23, 22/25 e 25/17) em duelo válido pelo grupo B.

Globo Esporte

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