Crônica: A ilusão do hexa e o sonho de uma seleção renovada

(Foto: Reprodução)

Por Nicholas Araujo
Redação Blog do Esporte


Não podemos dizer que a Copa de 2018 foi um desperdício. O sonho do hexa vem acontecendo desde 2006. A aposta da imprensa em uma seleção poderosa, dominadora, que iria orgulhar a camisa pentacampeã acontece desde sempre.

O vexame de 2014 será para sempre marcante. Mostrou a fragilidade da seleção, das péssimas escolhas anteriores, da indisciplina, da vergonha de não ter um futebol nos pés. Da ilusão do hexa em casa.

A culpa não é 100% do grupo que esteve em 2014 e 2018. A culpa é de um todo, que começa no futebol corrupto até no pensamento arcaico de não se renovar dirigentes, pensamentos, treinadores e elencos. Temos um futebol ultrapassado, que não anima em uma disputa de Mundial de Clubes, Copa América, Copa das Confederações e Copa do Mundo.

Tite foi a escolha certa em um momento conturbado. O treinador precisava organizar a casa em pouco tempo. Foi cobrado para ter uma seleção campeã em 2018. Foi sincero em todas suas entrevistas e nunca vendeu uma equipe que conquistaria o hexa. Sai com a cabeça erguida para continuar o trabalho.

Quem perde com essa Copa é Neymar. Foi a grande decepção nos olhos de torcedores e imprensa. Ficou marcado pelas inúmeras faltas e ensaios. Vídeos disseminados na internet mostram como o jogador “cai cai” ficou conhecido em 2018. Não se pronunciou, deixou os fatos acontecerem e utilizou apenas as redes sociais para mostrar otimismo. 

Não mostrou futebol na Rússia. Voltava de uma lesão, mas foi colocado como principal nome da seleção. Quem ganhou este mérito foi Coutinho e Firmino. Apostas como Paulinho, Fernandinho e Gabriel Jesus não vingaram. Deixaram 2018 passar batido. Neymar sai por baixo desta Copa e precisa recuperar o mérito, seja no PSG ou no Real Madrid, como dizem. 

A Copa do Mundo reservou muitas emoções. O futebol brasileiro também. É hora de erguer a cabeça e pensar grande, pois a seleção foi mera coadjuvante na Rússia. Camisa vitoriosa não pesou nesta Copa. O futebol agradece pela evolução, mas parece que o Brasil continua parado no tempo, em 2002. Em Catar, 20 anos depois do penta, o desafio recomeça. Será que a campanha de 2002 também se repete? Veremos.

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