Tite evita polêmica com Osorio por declaração sobre Neymar: "O vídeo está aí"

(Foto: Reuters)


Tite sentou-se ao lado de Neymar na entrevista coletiva após vitória por 2 a 0 sobre o México, e a classificação da Seleção para as quartas de final da Copa do Mundo. Após o camisa 10, eleito melhor em campo, falar com a imprensa, o treinador brasileiro falou sobre as declarações de Juan Carlos Osorio, criticando o jogador do PSG, sobretudo por conta do lance do pisão de Layún. Isso pouco depois de interromper Neymar quando o craque foi questionado sobre o assunto.

"Eu não vou responder ao Osorio, eu vi o lance. Todos que estão me assistindo tirem sua conclusão, o vídeo está aí. Imagem não questionamos", disse Tite, ao abrir sua entrevista.

Mais tarde, o treinador voltou a ser questionado sobre o assunto, pela imprensa estrangeira, e voltou a defender seu camisa 10.

– Neymar joga bola. Não pisa, e pisaram nele. Eu estava do lado, e vi de novo pela televisão. Não precisa falar, é só olhar. Ele tem que jogar bola, eu falo, a direção fala, o árbitro apita. Cada um faz a sua e vamos embora.

Neymar leva pisão fora de campo de Layún e árbitro ignora a agressão, aos 26' do 2ºT
Em seguida, o treinador da seleção brasileira falou sobre a atuação de Neymar, considerado pela Fifa o melhor jogo pela primeira vez nesta Copa do Mundo.

– Neymar ficou três meses e meio sem jogar uma partida. Em alto nível, isso é muito. Nós dizíamos que um atleta de alto nível precisaria de quatro ou cinco jogos para retomar seu ritmo. No jogo anterior a esse ele jogou muito, e repetiu o padrão de atuação pelo jogador de excelência que ele é.

Em seguida, Tite continuou nos elogios ao autor do primeiro gol brasileiro na vitória por 2 a 0 desta segunda-feira.

– Quando gastamos energia em outras situações que não seja jogar, ele perde o foco. Ele gosta de jogar, gosta do drible, às vezes tem incompreensão dos adversários porque é muito ágil, rápido. É pecado driblar no último terço? Buscar jogada individual? O técnico busca isso. Ao mesmo tempo procuram tirar foco dele, por isso eu disse que nós falamos de arbitragem, para outros técnicos.

O Brasil enfrentará na próxima fase a Bélgica, que venceu o Japão de virada nesta segunda-feira. A partida será na sexta, às 15 horas (de Brasília), em Kazan.

Confira abaixo outros trechos da entrevista

Esquema do Brasil contra o México

– Foi 4-4-2 com flutuação dos externos, liberdade maior, cinturão de marcação mais adiantada, corta linha de passe, amplia área de atuação. Tem Gabriel Jesus para fazer compensação com desgaste de externos. Compreensão do jogo em termos táticos é essa.

Substituição de Coutinho por Firmino

– México começou a trabalhar pelo lado direito, Jesus deu essa sustentação e ao mesmo tempo trouxemos o Coutinho para articular perto do Neymar.

Condição física de Marcelo

– Ontem (domingo) antes do jogo eu coloquei a situação do Marcelo. Ele tinha de 45 a 60 minutos para jogar, mas se colocou à disposição para jogar pelo senso de equipe, por uma das lideranças que ele é. Por querer participar do jogo. Compete a mim, eu conversei com ele que não poderia ir para o jogo com um atleta com tão pouco tempo. O trabalho mais intenso dele foi de 12 minutos. Ele compreendeu e estava no mesmo espírito, na mesma sintonia da equipe, querendo dar sua parcela de contribuição. O jogo às vezes pede algo diferente do que imaginamos. Estava 2x0, vinha cruzamento da direita, Marquinhos podia dar sustentação. Começa a usar peças de grande valor, Filipe Luís da mesma forma.

Brasil é o favorito ao título?

– O nível que atingimos é para as quartas de final, equipe tem que consolidar e crescer. Não me atenho a favoritismos, essa mesma equipe que vencemos hoje venceu, e bem, a Alemanha. Venceu, e bem, a Coreia. E estava melhor até tomar o gol da Suécia. Ela finaliza muito, puxa contra-ataque, tem a média mais alta de finalizações que dá ao adversário, mas fica jogo lá e cá. Rússia jogando bem ontem. Controlando a Espanha, não passando por maiores adversidades, perigos, e passou com méritos. Está muito aberto.

Um gol sofrido em quatro jogos

– Cada seleção tem uma marca, sempre tenho cuidado para não comparar uma a outra. A gente marca setor, não é individual. Não sai correndo para marcar. Cada um marca de forma agressiva no seu setor, talvez por isso bloqueamos tantas finalizações e cruzamentos. Assim encurta espaço do adversário, não marca o homem, tu marca setor, marca a bola, e depois o homem. A sequência lógica de marcação é marca setor, olha a bola, depois homem. É a forma que entendemos ser melhor. Outras marcam o homem, é louvável também. Tem que apostar numa estratégia e treinar. Nós apostamos nessa.

Globo Esporte

Comentários