Daniel Melo, irmão e treinador de Marcelo Melo, analisa o final da temporada 2018

(Foto: Divulgação)


Dois títulos na Ásia, nove vitórias seguidas, jogando bem e com muita confiança. O final da temporada tem sido de resultados de destaque para a dupla Marcelo Melo e Lukasz Kubot. Viena, nesta semana, Paris, na próxima, e o ATP Finals, em novembro, encerram a programação de 2018. É o 11º ano em que Marcelo tem, ao seu lado, o irmão e treinador Daniel Melo. Agora estão juntos no ATP 500 de Viena.

Melo e Kubot - cabeças de chave número 2 - estrearam com vitória na Áustria nesta terça-feira (23) e voltam à quadra, pelas quartas de final, nesta quinta-feira (25), por volta das 11h (horário de Brasília), diante do croata Nikola Mektic e do norte-americano Rajeev Ram.

Neste mês de outubro foram duas conquistas seguidas da dupla na China: o ATP 500 de Beijing e o Masters 1000 de Xangai. Antes, chegaram ao vice-campeonato no US Open, último Grand Slam do ano, em Nova Iorque (EUA). Com a estreia em Viena, alcançam uma sequência de nove vitórias. Para Daniel, uma combinação de fatores fez com que conquistassem esses excelentes resultados.

“O Marcelo sempre gosta de jogar na Ásia e, desta vez, chegaram muito confiantes após a final do US Open. Grand Slam tem uma motivação extra. Eles tiveram participações regulares antes, porém, sabíamos que o nível da dupla estava lá, que era questão de ganhar alguns jogos seguidos. E foram vice-campeões nos Estados Unidos”, afirma Daniel. “Nos meses anteriores, tiveram muita resiliência. Muitas vezes o resultado não vem, mesmo jogando bem. Hoje, dupla é muito dinâmica e cheia de detalhes. Aí as vitórias vieram no US Open, a confiança foi crescendo e começaram a jogar cada vez melhor”.

Agora, uma nova sequência, que começou em Viena, passa por Paris e termina no Finals, encerrando a temporada. Marcelo estará em sua sexta participação  – recordista entre os brasileiros -, a segunda com Kubot, que já disputou o torneio cinco vezes. “A dupla vem vivendo um grande momento neste final de ano, atuando de forma consistente. Eles gostam e jogam bem no Finals. A expectativa é jogarem muito bem como nos outros anos”, observa Daniel.

Antes, Melo e Kubot estarão em Paris, onde defendem o título conquistado no ano passado. “Masters 1000 sempre tem uma motivação extra também, ainda mais em Paris, que tem um piso e a condição que eles gostam bastante”, garante o treinador.

Rotina de muito trabalho

Ao longo do ano, Daniel está presente em alguns torneios. Em outros, os irmãos seguem, à distância, a programação da mesma forma. Mesmo não estando em todas as semanas do ano, sempre que possível e necessário Daniel viaja para perto de Marcelo. Uma rotina que é repetida a cada temporada.

“Na Ásia, neste mês, por exemplo, acompanhei tudo diariamente. Vejo o jogo online, pela TV ou no app mesmo. Fora isso, procuro saber da preparação, o que está acontecendo e sempre, um dia antes, mando as informações de como jogar contra cada dupla”, explica Daniel.

“Nos torneios, em dias que não jogam, treinamos em média duas horas de quadra por dia, uma hora de parte física e uma hora de fisioterapia. Em dia de jogo, como é mais tranquilo, nós fazemos um bom aquecimento em quadra e aguardamos a hora da partida”, conta.

Já o planejamento para 2019 fica para depois do Finals. “Ainda não pensamos nisso. Estamos focados em terminar este ano bem”, completa o irmão treinador de 41 anos e que parou de jogar após 10 anos como tenista profissional, em função de uma lesão no menisco.

Nesses 11 anos juntos, treinando Marcelo desde 2007, os irmãos mineiros, de Belo Horizonte, construíram uma parceria de sucesso que soma, ao longo desse período, os 32 títulos conquistados por Marcelo, além de chegar ao primeiro lugar no ranking mundial individual de duplas. No ano passado, Daniel foi escolhido “Coach of the Year 2017” pela Associação dos Tenistas Profissionais (ATP).

55 partidas, 38 vitórias e  quatro títulos na temporada

O brasileiro Marcelo Melo, 35 anos, e o polonês Lukasz Kubot, 36 anos, estão jogando juntos desde o início da temporada 2017. Antes, formaram parceria em torneios como o ATP de Viena, onde foram campeões em 2015 e 2016.

Em 2018, foram quatro títulos até agora, com a disputa de 55 jogos e 38 vitórias - quatro em Sidney, campeões do ATP 250, três no Australian Open, em Melbourne, ambos na Austrália, uma no ATP 500 de Roterdã, na Holanda, uma no Rio Open, no Rio de Janeiro, uma no ATP 500 de Barcelona, na Espanha, duas no ATP 250 de Munique, na Alemanha, uma no Masters 1000 de Madri, na Espanha, uma no Masters 1000 de Roma, na Itália, duas em Roland Garros, duas no ATP 250 de S-Hertogenbosch, com Marcelo atingindo 450 vitórias na carreira, na estreia na Holanda, quatro no ATP 500 de Halle, com a conquista do bi na Alemanha, uma na estreia em Wimbledon, uma no Masters 1000 de Cincinnati, cinco no US Open, com o vice-campeonato, quatro no ATP 500 de Beijing, com o título, quatro no Masters 1000 de Xangai, também com o título, e uma agora em Viena. 

Recordes em 2018 e o 32º título na carreira

Neste ano, Melo passou a ser o tenista brasileiro com maior número de semanas no topo do ranking - 56 - e, também, o recordista brasileiro em número de títulos da ATP, com 32 agora, após a conquista em Xangai. Desde 2017, quando encerrou a temporada como número 1, ficou 30 semanas – 25 consecutivas - como líder (13 no ano passado e 17 em 2018). Antes, ele ocupou a liderança pela primeira vez em 2015, por 22 semanas, também virando o ano na frente, e voltou ao primeiro lugar por mais quatro semanas a partir de maio de 2016. Em março foi eleito atleta do ano pelo COB (Comitê Olímpico do Brasil).

Principais conquistas na carreira

Entre os 32 títulos de Melo na carreira, todos em duplas, dois são Grand Slam – Roland Garros, na França (2015) e Wimbledon, em Londres (2017) e nove Masters 1000, além de sete ATP 500 e 14 ATP 250. Pelo 12º ano consecutivo comemora ao menos um título por temporada.

O primeiro título em torneios ATP foi em 2007, no Estoril, em Portugal. Tem dois Grand Slam - Roland Garros 2015 e Wimbledon 2017 -, além de um vice em Londres (2013) e um vice (2018) e duas semifinais no US Open. Marcelo também lidera no número de títulos em Masters 1000. Em Xangai 2018 chegou ao nono, depois de ganhar Shangai (2013 e 2015), Paris (2015 e 2017), Toronto (2016), Cincinnati (2016), Miami (2017) e Madri (2017).

Temporada 2018

Títulos:
ATP 250 – Sidney (Austrália), rápida
ATP 500 - Halle (Alemanha), grama
ATP 500 - Beijing (China), rápida
Masters 1000 - Xangai (China), rápida

Vice-campeonato:
Grand Slam - US Open - Nova Iorque (EUA)

Semifinais:
ATP 250 - Munique (Alemanha)
ATP 250 - S-Hertogenbosch (Holanda)

Quartas de final:
Grand Slam - Australian Open (Austrália)
Masters 1000 - Madri (Espanha) e Roma (Itália)
ATP 500 - Barcelona (Espanha), Rio Open (Rio) e Roterdã (Holanda)

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