Inspeção do MP peruano dá razão a Paolo Guerrero em queixa contra hotel, diz jornal

(Foto: Reprodução)


À espera de uma decisão do Tribunal Federal da Suíça sobre um pedido de nulidade de sua punição por doping, Paolo Guerrero recebeu uma notícia que corrobora a sua linha de defesa para reverter a suspensão que o impede de jogar pelo Inter. De acordo com o jornal El Popular, do Peru, a inspeção realizada pelo Ministério Público do país no hotel que hospedou a seleção peruana em Lima concluiu que o estabelecimento forneceu informações falsas à Agência Mundial Antidoping (Wada) no processo que o condenou o jogador a 14 meses de gancho.

Segundo o diário, o fiscal responsável pela inspeção, José Llanos Chipana, constatou que o representante do hotel "mentiu" ao afirmar que o público geral tinha acesso irrestrito aos ambientes frequentados pelos jogadores da seleção peruana. A investigação apresentou denúncia aos responsáveis por "delito contra a fé pública, por falsidade genérica, por ter determinado que o representante havía passado informações falsas à Wada", diz a publicação.

Ainda de acordo com o "El Popular", a investigação comprovou que o hotel foi alugado pela seleção peruana para receber a delegação entre os dias 30 de setembro e 4 de outubro de 2017, para uma partida com a Argentina pelas Eliminatórias da Copa de 2018. A inspeção coletou documentos e depoimentos de parentes de jogadores que confirmaram que o acesso ao local era restrito a parentes próximos dos atletas e apenas com autorização prévia.

Assim, o MP qualificou como falsas as informações repassadas pelo hotel, de que "qualquer pessoa podia entrar no local e que alguém havia contaminado o chá ingerido por Guerrero porque não havia controle de alimentos". Esses dados foram usados como provas pela Wada em sua petição contra Guerrero no Tribunal Arbitral do Esporte (TAS), instância máxima do direito desportivo internacional.

De acordo com o que o GloboEsporte.com apurou com pessoas ligadas aos advogados de Guerrero, o parecer da investigação vai ao encontro da linha de defesa adotada pelo centroavante e será anexado como prova ao pedido de nulidade na Justiça Suíça. Desde o início de sua empreitada nos tribunais, o centroavante responsabiliza o hotel pela contaminação de um chá que ingeriu no local quando estava concentrado com a seleção peruana.

Relembre o caso Guerrero

Guerrero foi condenado a cumprir um ano de suspensão por doping após o exame acusar a presença de um metabólito da cocaína em seu organismo, em outubro do ano passado, no jogo contra a Argentina pelas Eliminatórias da Copa do Mundo. Em dezembro, o jogador conseguiu a redução da pena para seis meses, o que permitiria ao peruano voltar a vestir a camisa do Flamengo em maio deste ano e liberaria o jogador para disputar o Mundial da Rússia.

Guerrero voltou a jogar no dia 6 de maio, apenas três dias após ser julgado em última instância pelo Tribunal Arbitral do Esporte (TAS), em Lausanne, na Suíça. Ele participou de três jogos do Flamengo no período, contra Inter, Ponte Preta e Chapecoense, marcando um gol contra a equipe catarinense. Ainda em maio, o TAS ampliou a pena para 14 meses de suspensão. No entanto, o peruano conseguiu efeito suspensivo na Justiça Comum da Suíça para disputar o Mundial de 2018.

O atacante disputou a Copa da Rússia pela seleção peruana, mas caiu na fase de grupos. Deixou a sua marca na vitória por 2 a 0 sobre a Austrália. Em julho, voltou ao Flamengo para aparecer em mais quatro compromissos pelo Brasileirão. Sem acerto para permanecer na Gávea, assinou com o Inter por três temporadas, mas não chegou a estrear com a camisa colorada.

Em 23 de agosto, a Justiça da Suíça revogou o efeito suspensivo que dava ao atacante o direito de entrar em campo. Assim, terá que cumprir o resto da punição por doping e ficará mais sete meses longe dos gramados, a menos que consiga reverter ou diminuir a pena no julgamento do recurso, cuja data ainda não foi marcada. Caso contrário, só poderá atuar a partir de abril de 2019.

Globo Esporte

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