"Não posso jogar em um campo onde posso morrer", diz Pérez, atingido em ônibus do Boca

(Foto: Reprodução)


Depois de ser atingido no olho por estilhaços durante o apedrejamento do ônibus do Boca Juniors, quando a equipe chegava para disputar a final da Libertadores - que acabou não acontecendo -, o meia Pablo Pérez se pronunciou pela primeira vez sobre o ocorrido. Em entrevista à "Fox Sports" argentina, o jogador xeneize contou que viveu instantes de terror que se estenderam até mesmo quando já estava na ambulância para ser atendido no hospital.

- De repente apareceram 200 pessoas atirando pedras. Não tinha tanta gente na hora que atravessamos a ponte, mas estava todos acumulados em um só lugar. Foram três minutos que não desejo a ninguém. Quando saí do estádio na ambulância, nos seguiram e continuaram jogando pedras. Se eu perdesse o olho, nada poderia compensar isso.

O jogador destacou que ouviu vidros se estilhaçando constantemente quando o grupo já estava "bem próximo" à entrada do estádio. Além disso, o capitão do Boca Juniors se mostrou preocupado com um possível retorno ao estádio do adversário.

- Como vamos entrar em um campo onde não nos dão segurança? Se jogarmos, ganharmos e dermos a volta olímpica no campo deles? Me matam. Tenho três filhas, a mais velha me abraçou quando cheguei em casa e estava chorando.

Além disso, Pérez contou que foi surpreendido ainda no hospital, no sábado, de que a final seria disputada - antes de a partida ser adiada. O capitão do Boca também garantiu que não foi examinado por médicos da Conmebol após ser atingido, criticando o posicionamento da entidade.

- O médico da Conmebol não me viu, é uma vergonha dizer que eu estava em condições. É uma vergonha que diga isso, eu não conseguia ver nada. Sequer o conheço, porque ele não veio nem mesmo saber como eu estava. A Conmebol não foi solidária conosco - criticou.

Dirigentes de River Plate e Boca Juniors se reunirão com a Conmebol nesta terça-feira para tentar chegar a um consenso sobre a realização do segundo jogo da final.

Entenda a confusão passo a passo:

1 - Sábado, 24/11, à tarde: Ônibus do Boca Juniors é atacado por torcedores do River a caminho do Monumental

2 - Sábado, 24/11, à noite: Em acordo com os clubes, Conmebol adia a decisão para domingo

3 - Sábado, 24/11, à noite: Após adiamento, tumulto nas ruas próximas ao estádio. Veja fotos!

4 - Domingo, 25/11, de manhã: Após interdição, Monumental é liberado para a decisão

5 - Domingo, 25/11, de manhã: Jogadores do Boca temem doping após tomarem remédios proibidos

6 - Domingo, 25/11, à tarde: Boca pede suspensão da partida e punição ao River

7- Domingo, 25/11, à tarde: Final da Libertadores entre River Plate e Boca Juniors é adiada

Globo Esporte

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