Esporte terá menos fiscalização após extinção do Ministério no governo Bolsonaro

(Foto: Reprodução)

Por Nicholas Araujo
Redação Blog do Esporte


O Ministério do Esporte, hoje extinto pelo governo do presidente Jair Bolsonaro e unificado com os ministérios da Educação e Cultura, sofrerá grandes cortes com o Decreto 9.674, assinado pelo presidente e pelos ministros da Cidadania, Osmar Terra, e da Economia, Paulo Guedes. As informações são do Jornal O Globo.

De acordo com a publicação, o secretário especial de Esporte, Maro Aurélio Vieira, vai comandar uma equipe reduzida de 90 funcionários comissionados. Antes da mudança, eram 212 trabalhadores na pasta.

Também foi divulgado um relatório da Controladoria Geral da União (CGU), elaborado em 2017, onde mostra que o ME tinha cerca de 3.900 de contas atrasadas. Um cronograma foi apresentado para finalizar estes processos apenas em 2025, já que o Ministério contava com sete funcionários responsáveis pela área.

“O ME alertou ao Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão sobre a insuficiência de servidores, bem como a importância da recomposição da força de trabalho. Mas agora, será ainda pior: terá dois servidores nesta área e que atenderão tanto a Secretaria de Esportes quanto a de Desenvolvimento Social”, cita a reportagem.

Antes com 70 servidores na Secretaria Executiva, o ME agora contará com 18 na criada Diretoria de Transferências do Esporte e do Desenvolvimento Social, sendo dois os responsáveis pela Coordenação de Prestação de Contas.

A reportagem do jornal conversou com a diretoria executiva da ONG Atletas pelo Brasil, Louise Bezerra, que se mostrou preocupada com a mudança. Segundo ela, esta diminuição no quadro de funcionários da área financeira pode afastar as empresas que utilizam a Lei de Incentivo ao Esporte para investir na área.

“Já existe uma defasagem nessa fiscalização e um quadro estrangulado de servidores pode afastar novas parcerias. Qual a segurança que as empresas terão de que seus investimentos via Lei de Incentivo estão corretos juridicamente? Só terão esta resposta após quantos anos? -- questiona a executiva. -- Empresas que não estão acostumadas com o modelo podem ficar receosas, se sentirem menos seguras em iniciar parcerias”, disse.

“Nos discursos de posse, tanto Vieira quanto de Terra foi dito que uma das prioridades do Esporte será a gestão e a captação de novos recursos para o Bolsa Atleta. Terra falou que ‘enquanto o recurso não vem, vamos privilegiar melhor esses recursos já existentes, privilegiando o esporte de base.", mostra a reportagem.

Possível saída da Caixa

Uma outra notícia pode diminuir drasticamente o investimento no futebol. Segundo o ministro da economia, Paulo Guedes, o patrocínio da Caixa Econômica aos clubes de futebol deve ser retirado no novo governo.

“É possível fazer coisas 100 vezes melhores com menos recursos do que gastar com publicidade para o futebol”, disse o ministro. A Caixa deixaria 25 clubes “órfãos” do benefício, incluindo Sport, Corinthians, Cruzeiro, Flamengo e América-MG.

Esta notícia vai de encontro ao montante gasto pelo Flamengo nesta terça-feira (8) ao comprar o meia Arrascaeta, que estava no Cruzeiro, no valor de R$ 63, 7 milhões, maior contratação da história do futebol brasileiro. O valor supera o investimento do Corinthians, em 2004, para trazer Tévez, no valor de R$ 60 milhões.

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