FPF divulga vídeo do VAR e sustenta que jogada de gol contra o Palmeiras foi regular; clube protesta

(Foto: Reprodução)


Para a Federação Paulista de Futebol, a jogada em que o Novorizontino abriu o placar no empate por 1 a 1 contra o Palmeiras, neste sábado, não teve toque de braço de Murilo Henrique na bola. Teria sido, portanto, um lance normal.

Em sua conta no Twitter, a FPF divulgou vídeo com ângulo específico para sustentar a tese de que as decisões do árbitro de campo, Raphael Claus, e do árbitro de vídeo, Thiago Duarte Peixoto, foram corretas.



O ângulo é diferente daquele utilizado pelo Palmeiras para, na mesma rede social, se queixar de que a arbitragem não deveria ter validado o gol marcado por Cléo Silva.

Na sequência, diante da afirmação da FPF que o lance era legal, o Palmeiras subiu o tom da crítica no Twitter e voltou a chamar o torneio de "Paulistinha".

– Federação Paulista defende o indefensável. É a mesma postura do Paulistinha do ano passado.


A discussão é com relação a uma jogada aos 38 minutos do primeiro tempo, quando Murilo Henrique, meio-campista do Novorizontino, domina a bola antes de finalizar e ver Cléo Silva aproveitar rebote de Fernando Prass para marcar.

A análise do Gaciba

A princípio, durante a transmissão do jogo, o comentarista de arbitragem do Grupo Globo entendeu que Murilo Henrique, do Novorizontino, tinha usado o braço para dominar a bola antes de avançar, finalizar e ver Cléo Silva aproveitar rebote do goleiro do Palmeiras, Fernando Prass, para abrir o placar.

Mais tarde, em participação no programa Troca de Passes, do SporTV, com uma nova imagem divulgada pela Federação Paulista de Futebol, Gaciba repetiu que a primeira imagem supõe um toque nítido com o braço, mas afirmou que, pelo outro ângulo, é possível ter impressão diferente.

Para o comentarista, então, o árbitro de vídeo, Thiago Duarte Peixoto, acertou ao não recomendar que o árbitro principal, Raphael Claus, analisasse as imagens em campo.

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– Vou ser sincero: se sou árbitro de vídeo e tenho esta imagem (da FPF), eu não dou mão. Isso é fundamental. Recorda que na Liga dos Campeões que teve uma discussão se uma bola saiu ou não em lateral, e até hoje não tem uma imagem conclusiva. Aí o árbitro de vídeo não chama (o árbItro de campo) – comentou.

– Vou chamar para mostrar a bola que jura que bate no peito ou a imagem de trás do gol? Aí dou as duas imagens, e ele vai ficar com a mesma dúvida que nós temos. Então, não adianta chamar o cara. É a decisão do campo que prevalece.

Diretoria do Palmeiras critica

Pouco antes ser divulgado o vídeo pela FPF, o gerente de futebol do Palmeiras, Cícero Souza, deu entrevista coletiva em Novo Horizonte para fazer críticas à atuação da arbitragem, que se valeu do VAR no segundo tempo para marcar pênalti para o Novorizontino.

– O lance que nos tiraria a oportunidade de tomar o gol nem sequer foi revisto. A determinação do árbitro de vídeo foi para que se mantivesse a determinação de campo. No lance em que o Palmeiras sofreu o pênalti, a determinação do mesmo VAR foi de consulta e revisão – disse.

O dirigente ainda lembrou a decisão do Campeonato Paulista de 2018, quando o Palmeiras reclamou de suposta interferência externa por parte de Dionisio Roberto Domingos, diretor de arbitragem da FPF, na revisão de um pênalti a favor do Palmeiras.

– A mim não me surpreende que em uma final do campeonato ano passado, quando não havia o VAR, o diretor de arbitragem da FPF foi o VAR da partida. Se é esse mesmo o diretor responsável por qualificar essa equipe que esteve hoje, a gente começa a entender todos os defeitos que o carrega.

O lado da FPF

Presidente da Comissão de Arbitragem da Federação Paulista, Ednilson Corona deu entrevista após o jogo em Novo Horizonte:

– Na sala, eles checaram, passaram por todas as imagens, inclusive pela imagem que aparece na televisão com o comentarista abordando a possível infração. Para eles, porém, não era claro. Eles buscaram mais imagens. Em outras duas imagens eles concluíram de forma clara que a bola não toca no braço, mas sim na barriga, perto da costela. Aí não há infração. Não é essa a real utilização do VAR. A sala já percebeu que a bola não pegou no braço, então não tem motivo de ele parar o jogo e ir rever. É uma situação que não aconteceu. Se fizer isso, imagina quantas situações teria que parar. Se não houve infração, não teria como o Claus ir lá verificar – disse Corona.

Sobre as declarações do Palmeiras, Corona disse:

– Na Comissão de Arbitragem a gente sempre procura trabalhar com a qualificação dos árbitros. Estamos há muito mais de um mês no processo do VAR. Tivemos a responsabilidade e compromisso de montar toda a estrutura e treinar. Ficamos por várias horas discutindo situações e procedimentos. Tem mecânicas de arbitragem que precisam ser alteradas em campo. Tem o domínio das imagens e da comunicação. Tudo é muito novo. Ficamos o tempo todo treinando. A gente sabe que ainda é um processo difícil. Temos vários jogos pela frente, mas posso dizer que estamos empenhados para fazer o melhor trabalho. A gente sabe que nem sempre seremos entendidos por todos. Mas é dessa maneira que trabalhamos.

– Eu queria te falar também que gostei muito da atuação do Claus em campo. Tivemos dois lances difíceis, de interpretação difícil. Tivemos a oportunidade de rever para legitimar o resultado, isso que é legal no VAR. A gente checou todas as imagens, em duas câmeras que ofertam uma imagem melhor e mostra que toca na barriga. O pênalti também foi um lance difícil, onde o árbitro não tem um bom posicionamento pela dinâmica da jogada. Aí ele pôde parar o jogo, não deixou reiniciar e foi lá verificar. Aí ele concluiu que era uma infração e, de forma correta, dá o pênalti. Acho que foi extremamente satisfatório, mas lembro que precisamos sempre melhorar – finalizou Corona.

Globo Esporte

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