Paratleta conta como a paixão pelo esporte acelerou sua recuperação

(Foto: Divulgação)


Miguel Adriano Rossi, 43 anos, amava esportes amadores e fazia de tudo um pouco, incluindo ciclismo, skate e basquete. Até que um acidente de trabalho durante um teste de helicóptero o deixou paraplégico, preso à cadeira de rodas. Foi em 2017.

Movido por sua paixão pela ação e o movimento, assim que saiu da UTI Miguel passou a se dedicar aos esportes adaptados. Precisou lutar para que seu tratamento incluísse esse tipo de atividade, nem sempre disponível nas unidades hospitalares.

Por isso, após a internação de cinco dias na UTI, Miguel solicitou a transferência para um hospital de Minas Gerais que oferecia iniciação esportiva a cadeirantes, incluindo o basquete, por 30 dias. “O amor ao esporte ajudou a me recuperar”, resume Miguel.

Hoje ele treina duas vezes por semana na posição 1 de basquete adaptado, na equipe ADFP-Fênix de Curitiba. Grupo que venceu o vice-campeonato da Copa Curitiba por dois anos consecutivos.

Essa prática esportiva é possível graças às sessões de fisioterapia quatro vezes por semana no Centro de Excelência em Recuperação Neurológica (CERNE), nas sedes Curitiba e São José dos Pinhais, num tratamento que reúne diversas disciplinas e que tem sido fundamental para ampliar sua performance no esporte adaptado.

“Nós englobamos os gestos esportivos nas terapias, buscando sempre variações, a fim de proporcionar uma evolução dele e de outros paratletas nos esportes que praticam”, explica o fisioterapeuta do CERNE Guilherme de Oliveira Tomaz, de 24 anos. Para isso, o tratamento inclui, além da fisioterapia, a terapia ocupacional e eletroestimulação.

“Buscamos trabalhar os pontos que acabam limitando o desempenho durante a prática do esporte. Enfocamos isso no plano terapêutico, para obter o melhor desempenho possível”, explica Guilherme.

“Nos sentimos realizados em fazer parte de cada evolução, porque algo que pode parecer mínimo, para nós, terapeutas, e para eles, paratletas, é uma conquista enorme. O feedback acaba vindo deles mesmos, que acabam relatando suas evoluções durante as partidas, que são comemoradas pela equipe multidisciplinar”, conclui o fisioterapeuta.

“A fisioterapia é muito importante, não só pela reabilitação, mas também pela convivência com outras pessoas que passaram por dificuldades parecidas e voltaram a trabalhar”, conta Miguel.

No time ADFP-Fênix, os jogos ocorrem duas vezes por semana. Com frequência, a equipe faz também apresentações em igrejas e escolas. Além disso, Miguel quer partir agora para o remo adaptado, modalidade que ainda engatinha na cidade.

Com tudo isso, Miguel ainda acha tempo para ser voluntário da Associação dos Deficientes Físicos do Paraná (ADFP) na diretoria de esportes, participar dos jogos abertos paradesportivos Parajaps e de outros campeonatos e competições, como o Campeonato Catarinense. Em 2018, se apresentou ao COE ao lado de Lars Grael.

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