Djokovic salva match points, supera Federer em final épica e fatura o penta em Wimbledon

(Foto: Reuters)


Uma virada inacreditável em uma final épica, com emoção em todos os aspectos, do início ao match point. O sérvio Novak Djokovic superou o suíço Roger Federer por 3 sets a 2, parciais de 7/6(5), 1/6, 7/6(4), 4/6 e 13/12 (7-3) na decisão do torneio de Wimbledon. Ele conquistou o pentacampeonato em Londres com vitória após 4h55 de partida neste domingo.

A última vez que um campeão venceu um match point na final do torneio foi em 1948, quando o americano Ted Schroeder superou o australiano Frank Sedman na decisão. Foi a primeira vez nas últimas 71 finais que o vencedor conseguiu tamanha reação.

É a terceira vez que Djokovic vence o rival suíço em decisões no Grand Slam britânico, repetindo as conquistas de 2014 e 2015. Atual campeão, Djokovic defende seu título com sucesso pela segunda vez e atinge o 16º Slam de sua carreira. Aos 32 anos, ele fica a dois títulos do espanhol Rafael Nadal (18 troféus), de 33 anos, e a quatro de Federer (20), de 37 anos.

Líder absoluto, Djokovic mantém sua vantagem para o espanhol Rafael Nadal: 12.415 pontos a 7.945. Federer, por sua vez, segue como 3º colocado da ATP, com 7.460 pontos.

O campeão do torneio de Wimbledon leva 2,35 milhões de libras esterlinas (cerca R$ 11 milhões). Com a conquista, Djokovic empata com o sueco Bjorn Borg e está entre os seis tenistas homens da história a conquistar cinco troféus de títulos de Wimbledon. Ele venceu cinco de seis finais que atingiu na competição. A exceção foi para o britânico Andy Murray, em 2013.

Assim como nas finais de 2014 e 2015, Djokovic levou o tiebreak do primeiro set e não desperdiçou a vantagem. O sérvio oscilou mais do que o comum, mas subiu o nível quando precisou e foi taticamente superior ao rival.

Federer buscava se tornar apenas o segundo tenista da história a vencer Nadal e Djokovic no mesmo Grand Slam. O único tenista a fazer foi o suíço Stan Wawrinka na conquista do Aberto da Austrália 2014.

O jogo

1º set: Djokovic prevalece

As primeiras e únicas chances de quebra no início do jogo foram de Roger Federer. O suíço teve uma break point, com direita para matar o ponto e não aproveitou. Em game de quase 10 minutos, Djokovic confirmou e não deu novas chances.

A parcial foi definida no tiebreak e a história se repetiu. Federer até tentou ser mais agressivo, ciente de que precisava do primeiro set para ter chances na partida. Sacou bem, tentou variar, mas não foi o suficiente diante de Djokovic.

O risco foi alto demais e os cinco erros custaram caro diante de um regular rival. Federer abriu 5-3 e saque, mas viu o adversário fazer cinco pontos consecutivos para largar na frente.

2º set: Apagão e passeio de Federer

Após o equilíbrio no set inicial, o sérvio relaxou e sofreu um apagão. Em 10 minutos, Federer abriu 4/0 com duas quebras de vantagem na parcial seguinte. Irreconhecível, Djokovic ofereceu pouca resistência e permitiu que o adversário empatasse o jogo rapidamente.

Federer venceu mais do dobro dos pontos na parcial: 26 a 12. O número 1 do mundo havia cometido apenas 6 erros não-forçados no primeiro set. No segundo, fez 10 erros não-forçados para sofrer três quebras ao vencer apenas 27% dos pontos com o primeiro serviço.

3º set: O retorno do equilíbrio

O líder do ranking voltou a se concentrar no jogo e o terceiro set teve um roteiro similar ao inicial. O único break point da parcial foi de Federer no décimo game, justamente um set point. Sacando em 4/5, Djokovic salvou e igualou para forçar o tiebreak.

Nos momentos de pressão, o maior campeão do torneio falhou com backhand. Federer sentiu a tensão quando o rival passou a explorar seu golpe mais instável. Djokovic foi taticamente superior e conseguiu abrir 5-1, com dois mini-breaks. Federer até reagiu e sacou bem na sequência, mas na devolução do 5-4, deu um slice de backhand que resumiu sua falta de confiança no golpe. O sérvio não perdoou e voltou a liderar o jogo.

4º set: O bote de Federer

O suíço seguiu sobrando nos games de saque e viu o adversário abrir uma brecha. Sem hesitar, Federer e aproveitou a oportunidade a queda de intensidade de Djokovic. O octacampeão do torneio abriu 5-2, foi quebrado, mas empatou a partida.

5º set: Tiebreak cruel para decidir

Quase 2h apenas na parcial decisiva. Nem mesmo o próprio Djokovic sabia sobre a nova regra que definia o jogo. Perguntou na metade da parcial quando parecia prever o desfecho da partida. Como nos sets anteriores, ele reinou nos tiebreaks para se garantir como o vencedor da edição de 2019 de Wimbledon.

Globo Esporte

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