Funcionários do Barça param por 15 minutos em protesto contra a violência

 (Foto: Divulgação/Barcelona)


O Barcelona segue se posicionando contra a repressão policial sofrida pela população da Catalunha, durante a votação do referendo que discute a independência da região, no último domingo. Nesta segunda-feira, os funcionários do clube paralisaram suas atividades por 15 minutos, entre 12h e 12h15 (7h e 7h15, no horário de Brasília), em uma medida para "condenar o uso da violência e prevenir o livre exercício dos direitos democráticos e da liberdade de expressão".

A paralisação foi convocada pelo Barcelona, mas a adesão ficou a critério dos trabalhadores. De acordo com a nota oficial publicada pelo clube, as paralisações foram feitas no Camp Nou, em La Masia, no Miniestadi e na Cidade Esportiva da equipe. Até mesmo Òscar Grau, CEO do clube, se juntou ao protesto.

Além da paralisação, os executivos do Barcelona realizam uma reunião de emergência para definir os próximos passos do clube e expressar o descontentamento com a realização do jogo contra o Las Palmas. Inicialmente, o encontro seria na manhã da terça-feira, mas com uma greve geral marcada para a data e com os acontecimentos do último fim de semana, a direção antecipou a reunião, que não conta com os dois executivos demitidos no domingo.

A ação sucede uma série de medidas tomadas pelo Barcelona para apoiar a livre manifestação da população catalã, após o referendo ter sido considerado ilegal por Madri, capital da Espanha. O jogo contra o Las Palmas esteve a ponto de ser adiado, mas foi disputado com portões fechados para evitar a perda de pontos. Além disso, o Barcelona B também entrou em campo na segunda divisão para enfrentar o Gimnástic, outro clube da Catalunha.

Antes da realização da partida, o Barcelona divulgou nota oficial condenando o uso da força para impedir que os catalães votassem, mas decidiu ir ao jogo após a Liga de Futebol Profissional recusar o adiamento e ameaçar punir a equipe com a perda de seis pontos caso não entrasse em campo.

A decisão de não adiar o confronto foi criticada pela imprensa local. Um dos principais jornais da Catalunha, o "Sport" utilizou a palavra "vergonha" em sua capa para definir a escolha. Antes, os mandatários do Barça chegaram a afirmar que o clube não entraria em campo por conta da falta de segurança, mas mudaram de ideia na sequência.

As tensões na Catalunha começaram após a mobilização do governo da região em sua tentativa de se separar da Espanha, visando tornar-se um país independente. Um referendo foi acordado para o último domingo, mas o governo espanhol se posicionou contra a realização da votação e sequer reconheceu oficialmente a existência do movimento.

No entanto, a imprensa internacional registrou episódios de violência policial contra aqueles que foram votar. Agressões a mulheres e idosos foram divulgadas, além do recolhimento de urnas por guardas. No entanto, a votação transcorreu e mais de dois milhões de votos foram registrados. No fim, o "Sim" pela independência venceu com 90% dos votos.

Globo Esporte

Comentários