CBF perde R$ 58 mi em patrocínio, mas aumenta lucro despencando gasto no futebol feminino e na base

(Foto: Gazeta Press)


A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) apresentou nesta semana o balanço patrimonial de 2017, registrando um superávit de R$ 50,7 milhões mesmo vendo as verbas de patrocínio despencarem. Ainda assim o número representa um aumento de R$ 7 milhões em relação ao superávit de 2016, o que só foi possível por causa da redução de gastos na base e no futebol feminino.

Os patrocínios representam a principal fonte de receita da entidade, mas a entidade viu seus principais parceiros, como a Chevrolet, encerraram o contato no meio da operação. Assim, recebeu em 2017 R$ 353,3 milhões. Uma redução de R$ 58 milhões em relação a 2016, quando chegou a arrecadar R$ R$ 410,9 milhões - um recorde.

A verba da Chevrolet representava a maior fatia do bolo dos patrocinadores da entidade. A marca havia adquirido os naming rights do Campeonato Brasileiro em 2014 e tinha contrato por cinco temporadas. Rescindiu alegando motivos financeiros.

Desde o início dos escândalos de corrupção no futebol mundial, com reflexos na CBF, como por exemplo a ausência de Marco Polo Del Nero, hoje ex-presidente da entidade e banido pela Fifa, em eventos fora do Brasil, fez com que muitos parceiros da confederação nacional rompessem contrato com a entidade alegando motivos financeiros e de compliance.

Sobre a queda de patrocínio, a CBF acrescentou uma nota explicativa no balanço. Sem mencionar a perda da Chevrolet, diz o seguinte:

"Os contratos de patrocínios são provenientes, substancialmente, da Seleção Brasileira representando 96% do total auferido. Tais contratos são oriundos de empresas privadas, os quais são corrigidos anualmente pelos índices inflacionários previamente estabelecidos. Os contratos em moedas estrangeiras são registrados utilizando a taxa de câmbio do primeiro dia útil de janeiro".

No total, as receitas da CBF em 2017, que incluem também direito de transmissão e comerciais, bilheteria e premiações de seleções etc., foi de R$ 590,2 milhões. Ano retrasado a entidade registrou faturamento de R$ 647 milhões, o maior de sua história.

Para registrar o superávit de R4 50,7 milhões, a CBF acabou reduzindo bem os gastos. As despesas totais da entidade foram de R$ 539,5 milhões, uma queda de 11% em relação ao ano retrasado.

Para que isso fosse possível focou no futebol feminino e na base. As despesas de 2017 foram de R$ 27,3 milhões. No ano retrasada, ele havia sido de R$ 48,6 milhões. Ou seja, uma redução de R$ 21,3 milhões.

Houve outras reduções, mas nenhuma tão significativa quanto essa.

Vale lembrar que em 2017 o calendário da seleção feminina foi bem esvaziado.

Sem Mundial, que será em 2019, e Olimpíada, foi em 2016 e a próxima será em 2020, a equipe participou de dois torneios amistosos. Jogou a Taça das Nações nos EUA, ficando em último lugar, e da Copa CFA, na China, obtendo o título.

A seleção de base feminina também não teve disputas oficiais em 2017.

ESPN

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