Presidente do Grêmio dispara contra Conmebol após decisão de tribunal: "Se apequenou"

 (Foto: Lucas Uebel / Grêmio, DVG)


Depois de uma espera de uma dia e meio, a Conmebol divulgou a decisão e negou o pedido do Grêmio de reversão dos pontos da derrota para o River Plate, na última terça-feira, pela semifinal da Libertadores. A punição de quatro jogos ao técnico Marcelo Gallardo e multa de US$ 50 mil (R$ 84 mil) foi alvo de revolta do presidente do Tricolor, Romildo Bolzan Júnior. O mandatário disparou contra a entidade, disse que vai pedir a retirada da assinatura de documento assinado pelos semifinalistas por fair play e não vê efeito prático em um recurso gremista. A final da Libertadores será disputada entre Boca Juniors e River Plate a partir do próximo sábado, na Argentina.

O Tribunal Disciplinar da Conmebol ouviu as partes em audiência no início da tarde de sexta-feira após o pedido do Grêmio de reversão da derrota por 2 a 1 por conta da presença de Gallardo, suspenso, no vestiário durante o intervalo. Publicou a decisão próximo das 21h deste sábado, depois de um adiamento. Gallardo não poderá entrar na Bombonera nem se comunicar com nenhum membro do River no primeiro jogo da final da Libertadores e depois estará suspenso por mais três jogos.

– Uma enorme decepção, para não dizer suspeição. Uma enorme decepção, profunda, porque também essa decisão é tão sem consistência, que nem sequer levanta hipótese de punir o River Plate. A Conmebol se apequenou. Está cedendo e sendo conivente, absolutamente condescendente com os hábitos que foram praticados contra autoridade e dignidade dela própria. Tínhamos uma expectativa que a Conmebol pudesse estar revendo seus conceitos, mas parece que ainda há resquícios profundos do que acontecia na entidade – disse Romildo em entrevista à Rádio Gaúcha.

Antes da semifinal, Grêmio, Palmeiras, Boca e River assinaram um documento com comprometimento pelo fair play nas disputas. Romildo afirmou que vai oficialmente pedir a retirada da sua assinatura do ofício.

– Decisão que desmoraliza e desacredita por inteiro o futebol sul-americano. É praticamente incentivar e criar o processo de facilitação, de consumar o ilícito, a falcatrua. E praticamente não ser punido. Três partidas, apenas. Nestas condições, uma multa de 50 mil dólares, que não é nada pelo que está em jogo. Estamos criando a condição da impunidade, da esperteza, de afrontar a organizadora do futebol e ela de cócoras a isso. Por isso vamos retirar a assinatura do documento - disse o presidente.

Grêmio promete recorrer, mas descrente

O resultado publicado pelo Conmebol em seu site na noite deste sábado abre a possibilidade do Grêmio recorrer à Câmara de Apelações da entidade. O presidente gremista disse que "possivelmente" o Tricolor tomará esse caminho. Mas como não cabe o pedido de efeito suspensivo, não há como impedir o primeiro superclássico argentino, marcado para o próximo sábado, de ser disputado. Os gaúchos têm prazo de sete dias corridos para interpor o recurso.

– Vamos pedir exatamente o que pedimos no primeiro grau, mas depois do jogo jogado, o que resta, na prática? Resta uma nova final? Sei lá, teria como consequência talvez isso. Mas o que é mais relevante de tudo isso, independente do recurso, é a desmoralização do futebol, a afronta que foi praticada. Aqueles que julgaram, aceitaram essa situação como normal, sequer puniram o clube que foi patrocinador de tudo isso. A consequência dos processos internos que estavam sendo revistos, mas é da boca para fora – disparou.

Globo Esporte

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