Laurel Hubbard, primeira transgênero a disputar Olimpíadas, fica fora da briga por medalha

(Foto: Chris Graythen/Getty Images)


A neozelandesa Laurel Hubard, primeira transgênero a competir em uma Olimpíada, não concluiu a prova do arranco na categoria acima de 87kg feminina e ficou fora da luta por medalhas no levantamento de peso. Ela tentou levantar 120kg na primeira oportunidade, e 125kg na segunda e terceira, sem sucesso. Com isso, sequer participou do arremesso.

A medalha de ouro ficou com a chinesa Wenwen Li, com direito a recorde olímpico: 320kg no somatório. A prata foi para Emily Jade Campbell, da Grã-Bretanha, com 283kg. O bronze ficou com Sarah Elizabeth Robles, dos EUA, com 282kg.

Hubard, de 43 anos, era a sétima no ranking válido para a corrida olímpica. Ela foi vice-campeã mundial em 2017, quando se estabeleceu como atleta do gênero feminino. No ano seguinte, sofreu lesão no cotovelo que atrapalhou seu desempenho.

Em 2019, conquistou os Jogos do Pacífico. Caso as Olimpíadas tivessem acontecido em 2020, ela não teria participado, por não estar na zona de classificação na época. Sua melhor marca total na carreira é de 285kg, na soma do arranco com o arremesso.

No arranco, a atleta tenta levantar a barra do chão até acima da cabeça em um só movimento. É necessário estabilizá-la e esperar dois segundos até os juízes autorizarem soltá-la. No arremesso, o levantamento é feito em dois movimentos.

Laurel Hubbard competiu como homem até os 30 anos e, em 2013, aos 35 anos, fez a transição de gênero. Para conseguir se classificar para Tóquio, a neozelandesa teve que manter, por 12 meses, o nível de testosterona do corpo abaixo de 10 nmol/l, número determinado pela Federação Internacional de Levantamento de Peso (IWF).

Há duas semanas, o presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach, defendeu que a classificação de Laurel ocorreu de forma justa. Entretanto, ele não entrou em detalhes sobre uma possível vantagem física de neozelandesa em relação às demais competidoras.

- A Federação Internacional estabeleceu critérios de classificação. É um tema que envolve medicina e direitos humanos. Finalmente chegamos a um conjunto de regras para determinar uma solução. E essas regras têm que validar uma competição justa - comentou.

Globo Esporte

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