Em simbólico 100º jogo, Adilson é homenageado pelo Atlético-MG: "Não poderia pedir mais nada"

(Foto: Guilherme Frossard)


A palavra "ex-jogador" ainda é muito fresca para a mente de Adilson, que vive processo de adaptação à uma nova realidade profissional. Com a aposentadoria precoce e forçada aos 32 anos, o volante, agora auxiliar técnico do Atlético-MG, recebeu uma série de homenagens no Independência, neste domingo, no jogo entre Galo e Fortaleza pela 11ª rodada do Brasileirão.

Pela última vez, Adilson pisou no gramado com meiões e chuteiras. Difícil não se emocionar com as cenas, ainda mais num dia em que também aconteceu "um minuto de silêncio" pelo falecimento do torcedor alvinegro Luciano Palhares, vítima de um infarto durante o clássico contra o Cruzeiro, pela Copa do Brasil, na última quinta-feira.

Responsável pelo pontapé inicial na partida, Adilson teve o nome escrito nas camisas dos jogadores do Atlético. A versão branca do manto oficial do clube mineiro, número 21, foi usada por todos os funcionários, diretoria e comissão técnica do Galo que trabalharam no confronto diante do Leão do Pici.

Adilson deixará o Horto com uma placa assinada pelo presidente do Atlético, Sérgio Sette Câmara, em homenagem aos serviços prestados pelo Galo, onde está desde 2017, e também por atingir 100 jogos no clube. Na saída do campo, não segurou a emoção e foi abraçado pelos 11 jogadores titulares de Rodrigo Santana.

- Foi um momento difícil. Está sendo ainda. Mas tudo que aconteceu, não poderia pedir mais nada do que tem acontecido, desde a avaliação do departamento médico, que fez um excelente trabalho. Torcida de vários clubes, passando apoio e homenagens pra mim, vários atletas. E a torcida comparecendo, comprando a ideia de fazer esse jogo simbólico. Tudo muito bacana, não esperava tudo isso, está sendo muito legal o respeito de todos. É o que fica na minha carreira, o carinho de todos - disse Adilson, antes de entrar em campo pela última vez.

Nova missão

Desde que não teve outra escolha a não ser pendurar as chuteiras, Adilson manteve a rotina de ir todos os dias até a Cidade do Galo. Agora, como membro da comissão técnica de Rodrigo Santana. Virou auxiliar técnico ao lado de Lucas Gonçalves (ex-analista de desempenho) e do ídolo alvinegro Éder Aleixo.

São 10 dias neste novo papel dentro do clube mineiro. O técnico Rodrigo Santana, recentemente, disse sobre a presença de uma nova mente em sua comissão, destacando que "Adilson ainda pensa como jogador" e tem "mapa do vestiário".

- É muito bom, porque ele tem o mapa todinho do vestiário. Até a forma de falar com o jogador. Com um tem que falar de um jeito, com outro tem que falar de outro. Ele tem esse mapa para a gente. É um cara muito agregador, tem uma visão muito grande ainda de dentro de campo. Ainda pensa como jogador, isso ajuda muito. Pra ele é um novo mundo, ele está entendendo a forma que a gente pensa o treino. A gente chega 9h pro treino 3h30, 4h, e está estudando o treino que a gente vai dar. É um trabalho em cima do que a gente precisa crescer. Ele está vendo que existe todo um estudo em cima do que a gente precisa aperfeiçoar na equipe. Ele está muito feliz, entendendo como a comissão pensa. Está vendo que a gente nunca tem nada pessoal contra o jogador. E sim trabalha em cima de imagens, de números. Ele está encantado, e a gente muito feliz por ter esse privilégio de ter ele junto com a gente - disse Santana.

Globo Esporte

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