Líder, Adilson ouve gritos de "burro" e vê ruir reinado em clássicos

É "engraçada" a vida do técnico Adilson Batista. No Corinthians, em 2010, foi demitido quando ainda era o terceiro colocado do Campeonato Brasileiro. Assumiu o Santos meses depois, e acabou desempregado após apenas uma derrota em 11 jogos. Agora, no São Paulo, recolocou a equipe na liderança do Nacional nesta quinta-feira, após empate por 0 a 0 com o time corintiano, e mesmo assim ouviu gritos de "burro" das arquibancadas.

"Estou tranquilo", limitou-se a dizer, com cara de poucos amigos, quando questionado sobre as ofensas vindas da torcida são-paulina. Com o resultado sem gols desta quarta, ele atingiu o quinto empate em 16 jogos no comando tricolor - são sete vitórias e quatro derrotas. Curiosamente, entretanto, Adilson ainda não venceu nenhum clássico pelo time do Morumbi. Logo ele, que era considerado "rei dos clássicos" quando treinava o Cruzeiro.

Na equipe celeste, foi ídolo e virou "rei" pelo retrospecto imponente contra o arquirrival cruzeirense, o Atlético-MG: foram nove vitórias, dois empates e apenas uma derrota em 12 duelos disputados. Depois, ele manteve o moral em clássicos e cultivou a fama no Corinthians, ao deixar o clube invicto no quesito: foram três jogos, com dois triunfos e um empate, e no Santos, com uma vitória e uma derrota.

Desde que chegou ao São Paulo, contudo, Adilson ainda não emplacou. Primeiro, empatou por 1 a 1 com o Palmeiras, no Morumbi. Depois, viu o Santos arrancar o empate na Vila Belmiro, após estar vencendo por 1 a 0 com um golaço de Lucas. Já nesta quarta, voltou a amargurar outro empate, de novo em casa, desta vez contra o Corinthians: 0 a 0, que apesar de ruim deixou o time tricolor dormir líder. Dos males, o menor.

"Pelo primeiro tempo, pelas oportunidades, pela proposta de jogo, merecíamos um melhor resultado contra o Corinthians. É um clássico, lamentamos as oportunidades do primeiro tempo", desconversou o treinador sobre o empate desta quarta. "Não dá para a gente se abrir e ser goleado, o 1 a 0 também vale três pontos da mesma maneira, o jogo foi truncado, é difícil ver um jogo solto", acrescentou.

Primeiro colocado provisório do Campeonato Brasileiro, o São Paulo deve secar o Vasco nesta quinta, já que o time carioca enfrenta o Atlético-GO, em São Januário, e precisa apenas de um empate para recuperar o topo da tabela de classificação. Entretanto, nem a derrota vascaína deve dar a paz desejada para o técnico tricolor trabalhar. Líder ou não, o "tranquilo" Adilson continua com os dias conturbados à frente de grandes clubes.

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