Fora da F1 pela primeira vez em quase 50 anos, Brasil tem ano vitorioso no automobilismo

 (Foto: Philippe Kalmès)


Se 2018 foi o primeiro ano desde 1969 a não contar com um brasileiro no grid da Fórmula 1, a temporada foi também de ótimos resultados de pilotos do país em outras categorias do automobilismo mundial. Foram títulos nos campeonatos de base, passando por vitória nas 24h de Le Mans, vice na Fórmula E, além de ex-Fórmula 1 se reinventando e brilhando nos EUA. Para relembrar esses feitos, o GloboEsporte.com preparou um compilado com o que de melhor nossos pilotos fizeram mundo afora ao longo do ano.

A base vem forte

Caio Collet ,16 anos, F4 Francesa - Caio Collet se sagrou campeão da F4 Francesa, em Jerez, na Espanha, ao fazer duas poles e vencer de ponta a ponta a corrida 1 e a corrida 3 da rodada tripla. A conquista do título veio com uma rodada de antecedência e o balanço na temporada é impressionante. Em 2018, o piloto de São Paulo acumulou sete poles, sete vitórias, dois segundos e quatro terceiros lugares. Ao final do campeonato, ele terminou com 303.5 pontos na liderança, 66,5 à frente de Ugo de Wilde, belga, segundo colocado na tabela.

Enzo Fittipaldi, 17 anos, F4 Italiana - Neto do bicampeão Emerson Fittipaldi e irmão mais novo de Pietro, novo contratado da Haas, Enzo Fittipaldi colocou o nome da família mais uma vez no alto do pódio. Debaixo de um temporal, o piloto da Academia da Ferrari e da equipe Prema venceu a última corrida do campeonato da F4 Italiana, em Mugello, e, com o sétimo triunfo no ano, superou o italiano Leonardo Lorandi na disputa pelo título. Na tabela final, ele terminou com 303 pontos contra 282 do rival. Paralelamente, Enzo foi o terceiro colocado no campeonato da F4 Alemã.

Felipe Drugovich, 18 anos, Euro F3 Open - Assim como Collet na F4 Francesa, Felipe Drugovich sobrou na Euro F3 Open. O paranaense de 18 anos conquistou o título em Monza, na Itália, vencendo as duas corridas da rodada dupla. A taça de campeão veio com quatro provas de antecedência, provas essas que ele ainda venceria. No total, Drugovich somou impressionantes 14 troféus de primeiro lugar em 16 corridas disputadas, superando o vice-campeão Bent Viscaal por 159 pontos.

Sonho mais próximo

Pietro Fittipaldi, 22, "volta ao mundo" - Campeão da Fórmula V8 3.5 em 2017, Pietro Fittipaldi viveu uma verdadeira "aventura automobilística" ao longo de 2018. Se dividindo entre Fórmula Indy, WEC e Super Fórmula, ele deu a volta ao mundo em uma temporada marcada por um forte acidente. Durante etapa do Mundial de Endurance em Spa Francorchamps, na Bélgica, o piloto brasileiro teve problemas no carro, saiu reto na Eau Rouge e bateu forte na barreira de proteção. Apesar de fraturas nas duas pernas, Pietro ainda conseguiu retornar às pistas no final do ano, encerrando 2018 com um contrato assinado para ser o terceiro piloto da Haas na Fórmula 1.

Sérgio Sette Câmara, 20 anos, F2 - Vindo de um bom primeiro ano na F2, com direito a vitória em Spa Francorchamps, Sérgio Sette Câmara começou a segunda temporada no campeonato com o objetivo de lutar sempre entre os líderes. Guiando pela tradicional Carlin, ele não conseguiu repetir a vitória de 2017, mas marcou presença nos pódios, estando entre os três primeiros em oito das 24 corridas. Sexto na tabela de classificação, ele estará na equipe DAMS no ano que vem em busca do título da categoria. Em paralelo, o garoto de Belo Horizonte será o terceiro piloto da McLaren na Fórmula 1.

Pedro Piquet, 20 anos, GP3 - Depois de dois anos irregulares na F3 Europeia, Pedro Piquet, filho do tricampeão Nelson Piquet, estreou na GP3 em 2018 e não decepcionou. Logo no primeiro ano na categoria, o piloto de 20 anos conquistou duas vitórias, uma em Silverstone e a outra em Monza, além de outros dois pódios. Ainda sem destino definido na próxima temporada, ele deverá seguir na nova F3, que tomará o lugar da GP3 nos finais de semana de GPs da Fórmula 1.

Vitória (tardia) em Le Mans

André Negrão, 26 anos, WEC - Um pódio tardio, mas ainda sim histórico. Mais de cinco meses depois de terminarem na segunda colocação na categoria LMP2, de protótipos, nas 24h de Le Mans, André Negrão, Nicolas Lapierre e Pierre Thiriet foram coroados campeões da prova mais importante do endurance mundial. Isso em razão do trio originalmente vencedor formado por Andrea Pizzitola, Jean-Éric Vergne e Roman Rusinov ter sido desclassificado por uma alteração na máquina de reabastecimento de combustível. Assim, Negrão se juntou a Thomas Erdos, Jaime Melo e Daniel Serra como os únicos brasileiros a vencerem a prova.

Renascido

Felipe Nasr, 26, IMSA - Dispensado da Sauber após salvar a equipe da falência com os pontos conquistados no GP do Brasil de 2016, Felipe Nasr descobriu nos EUA um lugar onde pudesse mostrar o talento que o levou até a Fórmula 1. Disputando o IMSA, campeonato de corridas de longa duração, o brasiliense de 26 anos levou o título logo em seu ano de estreia na categoria. Para triunfar, Nasr precisou superar nomes importantes do automobilismo mundial como o brasileiro Helio Castroneves e o colombiano Juan Pablo Montoya.

Ritmo elétrico

Lucas Di Grassi, 34, Fórmula E - Desde que estreou na Fórmula E em 2014, Lucas Di Grassi nunca terminou uma temporada na categoria elétrica abaixo da terceira colocação. Após conquistar o título em 2017, por pouco ele não repetiu a dose no ano seguinte. Depois de um início ruim, não pontuando nas quatro primeiras provas, o piloto da Audi iniciou uma reação impressionante, que culminou com uma sequência de sete pódios, sendo duas vitórias. Entretanto, o ótimo desempenho não foi o suficiente para superar o francês Jean-Éric Vergne, que faturou o título, deixando Lucas com o vice.

Troca de bastão

Matheus Leist, 20, Fórmula Indy - O Brasil sempre foi conhecido pela tradição em ter grandes campeões na Fórmula Indy. Emerson Fittipaldi, Gil De Ferran e Cristiano da Matta são apenas alguns dos nomes que tiveram conquistas importantes na categoria americana. Em 2018, os representantes da vez foram o veterano Tony Kanaaan, campeão em 2004, e Matheus Leist, novato, campeão da F3 Inglesa em 2016. Formando a dupla da equipe Foyt, os dois sofreram com o desempenho ruim do carro, mas criaram uma relação de mestre para aprendiz. Ambos seguirão na equipe na próxima temporada, com esperança de condições ideais para melhores resultados.

Globo Esporte

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